AO ALCANCE DAS MÃOS
Pensar na felicidade é uma das tarefas mais difíceis de se fazer. Pensar é mais fácil do que ser feliz. Estipulamos tantas coisas para sermos felizes que a medida que conseguimos o estipulado, aumentamos a nossa lista. Temos então tantos pontos para a felicidade e ela vai ficando cada vez mais longa.
Estipulamos que para felicidade teremos que ter dinheiro suficiente para não se pensar nele. E se conseguimos queremos de qualquer maneira guardá-lo, protegê-lo, poupá-lo. E passamos a viver com medo de assalto, sequestro, a falta dele de repente. Breve deixamos de viver e passamos a sentir medo.
Estipulamos que precisamos ter uma saúde perfeita. Entramos em academia para fazer exercícios, personal , alimentação saudável, horário para dormir e para completar: suplementos alimentares (química). E a felicidade vai ficando cada vez mais longe porque o corpo passa a não suportar tanto exagero. Caímos doentes.
Estipulamos uma educação de primeira para nossos filhos. Queremos que eles tenham o que nós não tivemos. Damos os melhores brinquedos, colocamos nas melhores escolas. Administramos o tempo deles entre escola, natação, cursos, psicólogos. E eles vão seguindo a vida deles perdidos tendo coisas que não pediram e nem se interessam, e nós não percebemos. Somos pais e sabemos o que é melhor. E com isso a felicidade deles fica cada vez mais distante porque os tornamos pessoas infelizes, flácidas, sem personalidade.
Estipulamos que para nossa felicidade o nosso casamento tem que ser perfeito. Um casal parceiro. Mas no final de semana cada um tem o que fazer, os amigos não são comuns, os nossos horários não batem e à noite mal nos falamos porque estamos cansados demais devido a nossa vida – cada um com a sua. E não conseguimos a felicidade no casamento, ela não fez parte do pacote de compromissos que assumimos na nossa rotina.
Quanto mais pensamos em atingir a felicidade mais perdidos e confusos ficamos. Tornamos zumbis em nossa própria vida. Acordamos, fazemos a nossa rotina. Sem emoção, sem alegria, sem sentimos. Tudo no automático e esperamos que isso seja o suficiente para vivermos bem.
Como alcançar a felicidade se não fazemos nem ideia de como ela é? Estipulamos coisas para retratá-la, mas ela não se enquadra em nada. Apenas temos rasgos de sentimento de bem estar, às vezes, mas não é suficiente. Queremos plenitude. Não é possível. Somos imperfeitos, inseguros e de longe sabemos o que queremos de verdade.
Ignoramos muitas coisas que nos fazem bem, mas por serem temporárias a rejeitamos. E voltamos a procura. Não se torture. Faça as pazes consigo mesmo primeiro.
Felicidade não se procura, não se acha. Felicidade se sente quanto você compreende que faz parte de algo muito maior do que o seu bem estar. Apenas aja de acordo com a sua consciência. Agindo assim encontraremos a paz, e a felicidade será encontrada.