RECORDANDO SANTOS
RECORDANDO SANTOS
Para mim, na primeira infância, Santos era sinônimo de cidade grande, uma espécie de capital da Baixada Santista, como é até hoje. Meus pais haviam morado em Santos e, quando eu tinha dois anos,mudaram para a Praia Grande e fomos morar na Fortaleza de Itaipu. Mas desde pequeno considerei Santos uma referência de cidade grande. Tanto que os amigos de meus pais e de meus avós eram a maioria de Santos. Havia o Sr, Agricio, pai do Betinho que era companheiro de pescarias do meu pai, o meu padrinho major Aguiar, o advogado Derosse José de Oliveira, hoje nome de escola e padrinho do meu irmão Henrique, os pais da minha amiga de infância Yara, irmã de Lenir, e outros, muitos outros. Aos domingos, vínhamos à Santos em visita à família do Sr. Agricio, que morava na Rua Campos Mello próximo à Avenida Rodrigues Alves. Ao passar em frente ao Colégio São José, eu dizia para minha mãe: - Meu Colégio Xão Xoxé!. Isso ficou como uma marca registrada minha, tanto que meus pais e irmãos, quando entrávamos na Avenida Ana Costa já avisavam: -Olha estamos chegando no seu Colégio! A minha expectativa logo se transformava em alegria ao ver aquelas árvores e o belo colégio. Até hoje quando passo no local sinto saudades de minha infância. Outra grande atração, para mim, então com dois ou três anos, era passear no jardim da praia. Como grande parte dos santistas, eu era apaixonado por duas estátuas: dois imensos leões (um leão e uma leoa, na verdade), que enfeitam a Praia do Gonzaga até hoje. Minha mãe ficava preocupada, pois eu subia em uma das estátuas, logo descia e corria para a outra. Hoje, vejo que os leões não são grandes como ficou em meu imaginário. A Sempre havia um carrinho vendendo pipoca e algodão doce. Nossas vindas à Santos eram espaçadas e cada vez eu fazia meus pais comprarem aquelas delícias. Outra atração era a fonte luminosa, eu ficava olhando praticamente hipnotizado pela dança das águas. Final da tarde, meus pais sob meus veementes protestos, voltavam ao Forte Itaipú e eu, cheio de novidades, contava aos meu avós um detalhado relato do dia passado em uma cidade muito especial. Era muito bom.
Paulo Miorim, 02/11/2020