Crônica "Severina".

Sabe as vezes reconheço ser também Severia esta minha vida.

Não só por ser retirante, já que daquelá dita terra, mesmo não plantando se colhia. E parte dela que nada nascia erá chão de fabrica, quê sempre produzia.

Então me quis Severina á vida, e por onde ia, me sobrava os calos nas mãos, más muitas alegrias. Diferente de João Cabral de Melo Neto, ná " minha vida Severina", não tive de viver, dá morte ajudar.

Más retirante é tudo igual, procura no olhar dos quem se encontra pela frente, á seriedade dos olhares quê, um dia vimos, nos olhares dos que deixamos por lá.

Minha jornada espero ser longa, já quê de tanto amar á vida, vida que se vive em tantos destes longincos lugares, quis em meus sonhos ser eterna. Sim, más diferente do verso do nosso eterno Consul, Vinicios de Morais, "...que seja eterna enquanto dure..." espero uma eternidade, mais faceira, que me permita ser da vida retirante, entrando na morte cheio de esperança, em seguir em "morte retirante", conhecendo todo mistério quê á morte até hoje nunca quis contar.

Mesmo sabendo, sei quê,"meu defunto pouco, descansara nesta parte, que me cabe deste latifúndio". É quê á á terra é tão bela, quê me leva já em pensar em revolucionar os mortos e dá morte nos retirar.

Kiko Pardini