A SEMANA e os FATOS – Entre a esperança e a estupidez
* A vida segue; as pessoas surpreendem.
As semanas são feitas de fatos. Fatos traduzem pessoas. Significam coletivos pensantes. Falamos de fatos. As pessoas são fatos. São os fatos que remetem às pessoas e não o contrário.
A semana teve muitos fatos. Dois marcaram nas mídias e, penso, alcançaram o mundo. Um, positivo e surpreendente, melhora a humanidade; outro, triste, negativo e perigosamente perturbador. Piora a humanidade.
a) Papa Francisco defende qualificar as relações entre diferentes humanos e diferenças humanas.
Não é sinal dos tempos. É necessidade de se ajustar às demandas imperativas da evolução/transformação sociocultural. A fala do papa significa um pensamento humano a favor da civilização. Não indica que a igreja católica abriu as portas para que as diferenças comportamentais humanas sejam diluídas e acolhidas nos espaços internos das casas de Deus.
A igreja, pensada a partir da análise discursiva, não é diferente da política. Quando a realidade dá sinais de aversão às práticas, muda-se o discurso, que gera outras práticas.
Ainda assim, a fala do papa significa enorme avanço na postura do pensamento coletivo interno da igreja. Levar o discurso à mudança de comportamento depende mais da transformação social rumo à aceitação irrestrita de todas as pessoas do que de dogmas sacros que ainda insistem em resistir ao tempo. Ou a igreja se rende aos movimentos sociais, que engendram outros coletivos de consciências e de comportamentos ou a igreja será vítima de sua própria concepção de mundo. Bastante incoerente, ainda.
b) Ao negar vacina (Ciência) Bolsonaro avança no processo de imbecilização de parte (ainda) significativa da população.
Ao findar de cada semana, observadas falas e comportamentos bolsonaristas, chega-se à conclusão de que estamos no auge do obscurantismo e da estupidez do pensamento ‘racional’. Entretanto, o líder do movimento ‘bozó’ consegue surpreender a cada semanário.
Penso que muitos ‘adeptos’ do movimento contra a razão lógica dos fatos e da ciência são falsos (FAKE). Não me é coerente crer que pessoas com formações avançadas, entre eles titulados doutores e pós-doutores, defendam ideias contrárias ao próprio viver cotidiano porque acreditam nelas. Muitos, creio, repito, fazem-no por ‘birra’, e/ou para zombar da civilização. Brincam com uma dialética perigosa.
Minha opinião, somada a muitas, continua a mesma: não temos presidente. Temos um indivíduo (sujeito é outra ‘coisa’) ocupando o lugar de presidente. Não indevidamente. Ele foi eleito por uma parcela da população. Maioria dos votos válidos. Não pela vontade maior do povo brasileiro. A democracia pode ser legal, mas nem sempre é justa. Assim como a Lei.
Concluindo o opinativo semanal, a vida segue entre a esperança e a estupidez publicamente validada. Se é verdade que o bem vence o mal, o tempo que leva à vitória pode ser de mais amargura. Não vejo no horizonte político forças ou iniciativas para silenciar Bolsonaro, muito menos para substituí-lo por alguém mais competente, virtude que o cargo exige antes de ser alternativa política de voto.
A semana foi do Papa Francisco e da esperança... por dias mais civilizados.
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