ARGOS


RAIMUNDO SOUZA, meu avô, a quem na verdade devo tudo do pouco que sou, neste quase-nada, que é a minha pessoa e é a minha escrita (porque é na escrita que eu digo o que sinto, o que senti e o gostaria de sentir), ele está. Ele é! E de tal forma, que as vezes quando estou escrevendo, penso que é ele que está redigindo. Sim, porque comecei a escrever, ensinado por ele e a redação era dele. Até que comecei a criar meus próprios textos. É do conhecimento de muitos que me conhecem, que aprendi a ler com quatro anos, graças ao esforço de RAIMUNDO SOUZA, que mesmo cego me ensinou. E ARGOS, que está escrito em uma caixa de fósforo, foi a primeira palavra que eu li sozinho. Meses mais tarde, fascinado com o poder mágico das letras que quando organizadas, formam palavras, com a habilidade, e a dedicação de ARGOS, descobri que essa palavra lida ao contrário formava a palavra SOGRA. Não fui tão esforçado, nem dedicado nas minhas tarefas, quanto ARGOS, mas meus (apenas) dois olhos cheios de curiosidade passaram a olhar as palavras com mais atenção. De modo, que hoje sou um ajuntador de palavras que às vezes formam poemas, contos, crônicas... como esta aqui que você está lendo, que não é lá essas coisas, mas está lhe dizendo como tudo começou. Ah, lá na caixa está escrito em latim IN HOC SIGNO VINCES, que significa COM ESTE SINAL VENCERÁS. Eu venci! Quer dizer, estou vencendo. Com os sinais da escrita estou vencendo. Graças a DEUS, estou vencendo. Não está sendo do jeito que sonhei, mas é do jeito que DEUS quer. Então, Graças a DEUS.

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