Shoebill e Bandolão
Shoebill e Bandolão
Tanta gente brigando, homens pretos e brancos, me lembrei de uma fala do Sidney Poitier: "I'm not a black man, just a man". Isso em 1968. Tem momentos em que a Era de Aquário parece caranguejo. Deve ser a ideia de que a flecha, antes de ir para frente, vai para trás.
Apesar das evidências contrárias, o mundo oferece cardápio exuberante,
Shoebill Stork é um item, suas asas, o bico, o tamanho todo, só existem 8 mil, uma ave em extinção, mix de pelicano, cegonha e garça sem no entanto ser parente de nenhum deles. Mais de um metro de altura. Se falasse, diria: Para alterar um paradigma existente, não se esforce para tentar mudar o modelo problemático. Crie um novo modelo e torne o antigo obsoleto.
Só existe um bandolão em todo o globo. Conheci a sonoridade outro dia. Torço para que invento e inventor permaneçam ainda mais na espiral da iridescência. Trata-se, obviamente, de um instrumento inspirado no bandolim. Desta feita, o novo modelo não torna o antigo obsoleto.
Outra grata surpresa desse ano, para mim, foi a Vivian Maier. Veja, ela sobe em 2009 aos 83 anos, anônima ao cubo, daí o sujeito arremata num leilão uma caixa desconhecendo o conteúdo, descobre negativos (ao todo 170.000), não sabe o que fazer com aquilo, ele mesmo confessa não ter o menor tino para avaliar um trabalho fotográfico, então coloca na web uma dúzia de negativos e tchans: o público ama. Ora, ele foi o canal para a descoberta da dita Mary Poppins da fotografia (Vivian trabalhou como babá por quase 40 anos, fotografava nas horas vagas), mas o público, o mesmo que se digladia nas arenas preto x branco, pobre x rico, macho x fêmea, trouxe ao mundo o talento escondido da Vivian, em 2011. Curiosa dinâmica. Depois virou filme, pelas mãos do próprio descobridor, site na web, exposições lotadas e uma nova abordagem sobre a arte visual.
Tanto a ser descoberto não obstante as bravatas repetitivas, cansativas, deletérias.
"Não existem causas no planeta. Existem apenas pessoas que lutam por elas. A Terra resolveria muitos de seus problemas – fome, meio ambiente e guerras – se as pessoas parassem de lutar por essas causas. É a luta, são as pessoas que perpetuam essas causas. A solução para cada uma delas já está aí – o meio ambiente, a crise energética dos motores à gasolina, o sistema monetário. Mas, enquanto o ser humano está lutando, assumindo lados, não escutando e não indo para dentro dele mesmo, essas batalhas continuarão". ( A. S. G.)
Encerramos com parecer sobre o governador da Filadélfia, em 1720: "Ele queria agradar a todos e, tendo pouco a dar, dava expectativas". (Me parece um up grade visto que atualmente supostos governantes dão tudo, exceto expectativas).
ps - (Nesta escrivaninha, na seção de áudios - música Bossa Sunshine - é possivel ouvir em primeira mão o Bandolão, eximiamente tocado pelo seu inventor, o músico instrumentista, compositor e produtor Fábio Peron)
(Imagem: Vivian Maier - Self-Portrait, Undated)
Shoebill e Bandolão
Tanta gente brigando, homens pretos e brancos, me lembrei de uma fala do Sidney Poitier: "I'm not a black man, just a man". Isso em 1968. Tem momentos em que a Era de Aquário parece caranguejo. Deve ser a ideia de que a flecha, antes de ir para frente, vai para trás.
Apesar das evidências contrárias, o mundo oferece cardápio exuberante,
Shoebill Stork é um item, suas asas, o bico, o tamanho todo, só existem 8 mil, uma ave em extinção, mix de pelicano, cegonha e garça sem no entanto ser parente de nenhum deles. Mais de um metro de altura. Se falasse, diria: Para alterar um paradigma existente, não se esforce para tentar mudar o modelo problemático. Crie um novo modelo e torne o antigo obsoleto.
Só existe um bandolão em todo o globo. Conheci a sonoridade outro dia. Torço para que invento e inventor permaneçam ainda mais na espiral da iridescência. Trata-se, obviamente, de um instrumento inspirado no bandolim. Desta feita, o novo modelo não torna o antigo obsoleto.
Outra grata surpresa desse ano, para mim, foi a Vivian Maier. Veja, ela sobe em 2009 aos 83 anos, anônima ao cubo, daí o sujeito arremata num leilão uma caixa desconhecendo o conteúdo, descobre negativos (ao todo 170.000), não sabe o que fazer com aquilo, ele mesmo confessa não ter o menor tino para avaliar um trabalho fotográfico, então coloca na web uma dúzia de negativos e tchans: o público ama. Ora, ele foi o canal para a descoberta da dita Mary Poppins da fotografia (Vivian trabalhou como babá por quase 40 anos, fotografava nas horas vagas), mas o público, o mesmo que se digladia nas arenas preto x branco, pobre x rico, macho x fêmea, trouxe ao mundo o talento escondido da Vivian, em 2011. Curiosa dinâmica. Depois virou filme, pelas mãos do próprio descobridor, site na web, exposições lotadas e uma nova abordagem sobre a arte visual.
Tanto a ser descoberto não obstante as bravatas repetitivas, cansativas, deletérias.
"Não existem causas no planeta. Existem apenas pessoas que lutam por elas. A Terra resolveria muitos de seus problemas – fome, meio ambiente e guerras – se as pessoas parassem de lutar por essas causas. É a luta, são as pessoas que perpetuam essas causas. A solução para cada uma delas já está aí – o meio ambiente, a crise energética dos motores à gasolina, o sistema monetário. Mas, enquanto o ser humano está lutando, assumindo lados, não escutando e não indo para dentro dele mesmo, essas batalhas continuarão". ( A. S. G.)
Encerramos com parecer sobre o governador da Filadélfia, em 1720: "Ele queria agradar a todos e, tendo pouco a dar, dava expectativas". (Me parece um up grade visto que atualmente supostos governantes dão tudo, exceto expectativas).
ps - (Nesta escrivaninha, na seção de áudios - música Bossa Sunshine - é possivel ouvir em primeira mão o Bandolão, eximiamente tocado pelo seu inventor, o músico instrumentista, compositor e produtor Fábio Peron)
(Imagem: Vivian Maier - Self-Portrait, Undated)