Dia dos Professores.......*

15 de Outubro – Dia dos Professores

“ Hoje é 15 de outubro de 2020. É Dia dos Professores. Coincidentemente ou talvez não, é aniversário de uma pessoa pela qual tenho muito carinho e uma profunda admiração pela sua postura, pelo modo sincero de se expressar, pelo carinho e amor com que se dedica ainda, apesar de não estar mais lecionando, mas de forma indireta mantém seu jeito de professora e mestre.

Gostaria de homenagear todos os professores que creio, tenham em si essa postura de ter em mente que suas posições no Ensino e Educação são antes de tudo porque foram escolhidos e ou agraciados de alguma forma . Como D. Rozalina Cecília Cemin diz, é um sacerdócio.

Cada professor tem seu testemunho de vida, e para os que começam nessa jornada, já escolheram ou almejam essa caminhada, eu já os parabenizo pela coragem. Pessoalmente acho que para ser professor é preciso ter o dom da palavra, a oratória, a Empatia que é capacidade de se colocar no lugar da pessoa.

Queridos alunos, lembrem-se sempre de que o professor está de passagem em suas vidas. Queridos pais, creio que agora com essa pandemia, vendo seus filhos em casa, devam ter percebido a dedicação e empenho desses profissionais. Eles trabalham com afinco e ficam horas trabalhando, muitos não dormem preocupados com os alunos que podem estar ameaçados de serem reprovados por não terem as devidas condições sejam emocionais ou financeiras, estruturais, nesse período em que vivemos. Lembrem-se de que boa porcentagem dos professores também têm filhos.

Eu, de uma forma especial, agradeço à todos vocês pela batalha diária e pela superação , tenho plena consciência de que nossa nação estaria muito melhor se logo no princípio ela estivesse tendo a Educação como uma das principais prioridades. Cabe à nós essa conscientização.

Enfim, Professores, agradeço de coração e deixo aqui o relato de vida de D. Rozalina Cecília Cemin com a ajuda de sua filha , Cristiane Cemin, abaixo.

São três gerações de vidas. E sei, já, como disse antes, que cada professor tem um testemunho diário , cada dia é um ensinamento , e sei como professora que o aprendizado é uma constante em nossas vidas.

Estou escrevendo aqui nessas linhas, pois , creio que fui agraciada com esse dom , o da escrita, de poder me expressar nesse espaço em branco que com carinho e com a alma vai sendo preenchido . Espero estar sempre me aprimorando e podendo de alguma forma, contribuir para fazer o melhor que puder à todos. Precisamos ser luzes no caminho de outras vidas.

Querido amigo, te desejo sempre a felicidade desse mundo. Querido professor, Parabéns todos os dias !

Sinceramente,

Carmen Yoshie – Porto Mendes, 15 de Outubro de 2020.”

*...RELATO DE VIDA DE ROZALINA CECÍLIA CEMIN...*

Nasci em 15 de outubro de 1944 no Município de Palmas, no Estado do Paraná. Fui a 5ª filha de Vitório Parizotto e Regina Bett Parizotto.

Recebi os primeiros fundamentos da minha educação na Escola Isolada Nossa Senhora dos Navegantes em Bituruna (hoje o local não existe mais – foi inundado para construção da Usina Bento Munhoz da Rocha Neto – Foz do Areia).

Terminada a educação básica (Ensino fundamental) para poder seguir estudando, tendo em vista que não havia escolas na localidade a nível médio, meus pais me conduziram para o colégio interno das Irmãs da Sagrada Família (de origem Polonesa) no qual permaneci morando durante quatro anos. Neste período fiz parte da primeira turma da Escola Normal Regional Santa Barbara (equivalente ao Magistério) preparando-me para a docência. O Colégio preparava também suas alunas para atuarem como catequistas, em trabalhos sociais, comunitários, artísticos, manuais, culinários, horticultura, entre outros.

Em dezembro de 1961 (concluído o curso normal) voltei a morar com minha família que havia se mudado para Porto Mendes. Tinha nesta época 17 anos.

A localidade de Porto Mendes estava sendo desbravada e quando lá cheguei só havia a Igreja, a escola, pequenos comércios, uma pequena farmácia e as famílias que lá moravam.

O início de minha vida na docência se deu em Porto Mendes no mês de maio do ano de 1962. Fui indicada para o cargo de professora e realizei um teste para o qual fui aprovada tendo sido designada para iniciar minha carreira na Escolinha da Fazenda Eliziário, atual Fazenda Carapã, com uma turma multisseriada de 1º, 2º, 3º e 4º série. Confesso que vivi um misto de incerteza, expectativa, ansiedade, dúvidas e muitas dificuldades. Nesta escola trabalhei por um ano. Em 20 de maio de 1963 me casei com Anildo Cemin pioneiro de Porto Mendes e passei a lecionar na Escola Municipal Comandante Luiz Augusto Morais Rego, na sede distrital, na qual permaneci até me aposentar. Lecionava e ajudava meu marido com a lida na lavoura e a criação de porcos. Com o tempo passei a dar aula o dia todo e esse ritmo de trabalho na escola e em casa não diminuiu até a aposentadoria que ocorreu em 1991. Fui alfabetizadora, professora de pré-escola e em 1982 dei aulas de Técnicas Agrícolas, Artes e Língua Portuguesa para as turmas de 5º a 8º série.

Em 1991 ao me aposentar senti um imenso vazio. Como era possível estar tão perto e tão longe da escola? Não me adaptei àquela vida sem as crianças. Depois de muitas noites de insônia, o coração decidiu por mim e abri minha própria escola. Construímos uma sala nos fundos de nosso lote e meu sonho se fez realidade. Minha proposta era trabalhar com as crianças que não tinham acesso à escola (em Porto Mendes não tínhamos creches) então, pensei em atender àqueles que tivessem entre 2 e 4 anos de idade. E agora eu podia dizer novamente que estava feliz.

Trabalhei de 1997 até 2018 com o espaço que registrei como “Escolinha D. Rosa”. Optei por uma linha de trabalho na qual pude colocar em prática tudo que sempre imaginei que seria o desejável em uma educação de qualidade: desenvolvendo as habilidades motoras, a linguagem, a socialização e principalmente os valores fundamentais da vida humana. Participamos dos desfiles de 7 de setembro, das festas Juninas e realizamos encerramentos (formatura) todos os anos.

Depois de tantos anos de trabalho na área da educação, tenho orgulho de dizer que alfabetizei três gerações e hoje quando os recebo em minha casa com seus filhos (alguns já com os netos que foram meus alunos também) para contar de seus sucessos profissionais, para contar que fizeram uma faculdade, que cursaram uma especialização, que constituíram uma linda família e que são felizes, fico imensamente grata por ter feito parte da vida de todos eles.

Neste momento, por motivos de saúde, não estou atuando, porém, ainda me sinto com energia para continuar semeando neste campo fértil da educação.

Aos que estão atuando na área da educação e àqueles que ainda irão atuar futuramente, tenho a dizer somente que a docência não é uma escolha, somos escolhidos! Não é uma simples profissão, é um sacerdócio! Exige doação, amor incondicional, esperança, fé no ser humano, e coragem para fazer a mudança acontecer. Desejo que as próximas gerações possam continuar tendo fé no ser humano.

Agradeço a todos que contribuíram para o meu crescimento nessa linda jornada que é a vida (familiares, alunos, pais, colegas, amigos, pessoas da comunidade) com vocês me reinauguro todos os dias com o compromisso de ser um ser humano melhor. GRATIDÃO!

YOSHIE FURUKAWA
Enviado por YOSHIE FURUKAWA em 15/10/2020
Reeditado em 15/10/2020
Código do texto: T7088226
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