Falta de segurança ou falta de orientação?
No Brasil e no Rio Grande do Sul, os que lutam por uma vida melhor sofrem cotidianamente com a violência contra seus direitos. Assaltos, espancamentos, assassinatos e roubos, fazem parte do nosso cotidiano e, a impunidade garante que o povo continue sendo atacado de forma covarde. Ainda estão presentes em nossas mentes diversos assassinatos e o descaso do governo para proteger as nossas vidas.
Além da violência praticada pelos bandidos, somos obrigados a suportar também a violência praticada por aqueles que têm a dever de nos defender e proteger. Se voltarmos no tempo, vamos recordar o que aconteceu com Jair Antônio da Costa, um jovem operário da indústria de calçados e sindicalista, morto pelo simples fato de participar de uma manifestação contra o desemprego. Dois dias depois, a mesma força policial foi utilizada no espancamento de dezenas de torcedores que estavam em seu momento de lazer no estádio Beira Rio.
Repudiamos os que, diante da repercussão dos fatos, querem fazer crer que o assassinato do sindicalista e a pancadaria no Beira Rio são problemas de algum policial descontrolado. A atitude agressiva dos policiais reproduz a orientação dos comandantes que, por sua vez, reproduzem a orientação dada pela Secretaria de Segurança de tratar os movimentos sociais como caso de polícia.
Segurança pública não pode ser tratada de forma segmentada. Isso não significa a intervenção nos estados, mas é preciso ditar mandamentos constitucionais que orientem o trabalho policial no sentido de proteger a população e, dessa forma executar o seu verdadeiro papel.