Uma fração do tempo
Para muitas pessoas, o mundo não é um campo de batalha, é um
Playground. O céu não é um espaço sideral, mas um campo de futebol repleto de estrelas, e toda galáxia está aos seus pés. Basta querer, bocejar e a lua será um enfeite de sala. São pessoas mimadas pelo berço do poder, e a moeda é produzida na casinha da árvore.
Não estou falando por inveja, mas pelo desequilíbrio da massa. Poucos nadando na maré da sorte, e muitos atolados na lama. E quando analiso esse cenário pitoresco, percebo o quanto não sei nadar; em afundar ou boiar sou fera. Muita gente, não sabe o que é a dificuldade, e a necessidade é de ordem fisiológica.
Para que ser apresentado a uma figura de linguagem? São expressões metafóricas; realidade de um mundo invisível e paralelo. Neste caso, continuar comendo caviar, chupar uvas e descansar a consciência nas plumas de ganso é mera rotina. Quem tiver Cruz, que marche para o calvário!
Imagine, deixar de voar em um jato particular pichando as nuvens, jogar confetes das alturas e empinar pipas de milhares de dinheiro; para ser solidário, não tem cabimento! Não é errado pensar assim, pois a culpa não é sua, nem minha; tampouco deles, os necessitados.
Talvez, um olhar de misericórdia, uma mão amiga e um coração bondoso faça alguém feliz. Não precisa desfazer-se dos jardins suspensos, do colosso de Rodes, das pinturas de Michelângelo, do Santo Graal e das maravilhas que envaidecem o ego; basta doar uma fração do tempo.