Diante da tela do computador, amanheço perplexo lendo o site de um jornal do Rio de Janeiro. A quantidade de vidas perdidas naquela batalha contra o corona vírus, já demonstrava que a luta seria desigual. Apesar de estarmos tomando todos os cuidados em casa, a ideia de nos contaminarmos através de uma simples entrega do supermercado, me enchia de medo. Comecei a ficar cismado com nossos gatos. Poderiam nossos fiéis companheiros se transformar em perigosos transmissores do vírus? Como fazer com que nossos adoráveis felinos não flanassem pelas redondezas? Neste momento, percebi que além dos enormes prejuízos para a economia mundial, a pandemia nos deixaria muitas sequelas emocionais. Não seria fácil atravessar aquele oceano escuro.
Termino o café da manhã convicto de que os dias de isolamento nos trariam a alternância de humores e certezas. Desde o início do isolamento eu já tinha experimentado manhãs de tristeza, tarde bem humoradas, noites angustiantes, madrugada de inquietações e diversos outros dias achando muito bom estar em casa e protegido. Entretanto, bastava lembrar que eu fazia parte do chamado grupo de risco ou pensar em como estariam minha mãe, meu filho e tantos amigos queridos, já era o suficiente para me fazer mergulhar em horas e horas de medos e incertezas.
“É preciso ter esperança!” - pensava cada vez que as inseguranças rondavam minha cabeça. Logo eu, conhecido como um otimista incorrigível, agora precisava de frases prontas para disfarçar as minhas angústias. E fui justamente nestes altos e baixos que me dei conta de que os afazeres da quarentena – dos quais eu tanto reclamava – eram na realidade o cenário perfeito para que eu não fosse engolido pela desesperança e pelo medo. Desde então, cada formigueiro encontrado, cada parafuso solto e cada prateleira desarrumada tornaram-se motivo de distração, de alegria e de agradecimento.
Passei então, a dividir meu tempo durante os dias. Nas primeiras horas da manhã, optava pelas atividades de manutenção. Perto do meio-dia, iniciava minhas peripécias na cozinha. A tarde, mergulhava na imensidão dos meus escritos, tão carentes de atenção e revisão. Quando a noite chegava, eu e minha esposa nos dedicávamos com carinho ao nosso universo. Enquanto muitos casais relatavam dificuldades de convivência no isolamento, nós conseguimos fortalecer ainda mais nossos laços. Tínhamos um ao outro. E isso era tudo.
Termino o café da manhã convicto de que os dias de isolamento nos trariam a alternância de humores e certezas. Desde o início do isolamento eu já tinha experimentado manhãs de tristeza, tarde bem humoradas, noites angustiantes, madrugada de inquietações e diversos outros dias achando muito bom estar em casa e protegido. Entretanto, bastava lembrar que eu fazia parte do chamado grupo de risco ou pensar em como estariam minha mãe, meu filho e tantos amigos queridos, já era o suficiente para me fazer mergulhar em horas e horas de medos e incertezas.
“É preciso ter esperança!” - pensava cada vez que as inseguranças rondavam minha cabeça. Logo eu, conhecido como um otimista incorrigível, agora precisava de frases prontas para disfarçar as minhas angústias. E fui justamente nestes altos e baixos que me dei conta de que os afazeres da quarentena – dos quais eu tanto reclamava – eram na realidade o cenário perfeito para que eu não fosse engolido pela desesperança e pelo medo. Desde então, cada formigueiro encontrado, cada parafuso solto e cada prateleira desarrumada tornaram-se motivo de distração, de alegria e de agradecimento.
Passei então, a dividir meu tempo durante os dias. Nas primeiras horas da manhã, optava pelas atividades de manutenção. Perto do meio-dia, iniciava minhas peripécias na cozinha. A tarde, mergulhava na imensidão dos meus escritos, tão carentes de atenção e revisão. Quando a noite chegava, eu e minha esposa nos dedicávamos com carinho ao nosso universo. Enquanto muitos casais relatavam dificuldades de convivência no isolamento, nós conseguimos fortalecer ainda mais nossos laços. Tínhamos um ao outro. E isso era tudo.