POBREZA OU ESPERTEZA?

Foi se o tempo em que me sensibilizava facilmente e dava dinheiro para pedintes em trens e metrôs de SP. Há mais ou menos um mês, estava no shopping tomando minha cervejinha de cada dia, e um cara (bem vestido por sinal) veio me pedir dinheiro. Desconfiado como um bom filho de mineiros que sou, relutei em dar, mas acabei dando 20 reais. Ao dar o dinheiro, disse também o seguinte: "Cara, onde trabalho provavelmente irão contratar homens para o setor de limpeza e, segundo apurei, o salário se comparado ao que o costuma pagar o mercado, está muito bom. Ele anotou meu número de telefone e marcou comigo de levar nas catracas do metrô o seu currículo. Passou uma, duas e um mês, e pergunto: Ele ligou ou foi no horário combinado na estação para entregar o currículo? Não! É por esses motivos, que não alimento mais aproveitadores que usam crianças a fim de sensabilizar as pessoas e, com isso receber ajuda. Gente que pede 5 ou 10 centavos (eles sabem que poucos irão dar menos que 1 real) e lucram mais que eu e você que precisamos bater cartão e dar satisfação para patrão. Outro dia, uma mulher estava recebendo o bolsa família na lotérica (de fato tal programa social ajudou e ainda ajuda muita gente em situação de extrema vulnerabilidade econômica) percebi que o celular dela era bem melhor que o meu. Oras, como uma pessoa que precisa de ajuda tem um celular melhor que uma outra que trabalha e rala para sustentar a família? Quem passa por necessidades não pode ter celular de última geração, concordam? Não aceito isso. Você já viu, por exemplo, alguém entregando curriculuns dentro dos meios de transporte? Eu não! Em São Paulo, polo econômico do Brasil, é quase que impossível uma pessoa passar fome (em outros estados sim). Há vários programas sociais e religiosos que dão leite, cesta básica e tudo mais. Enfim, eu não sustento mais marginais. E você?

Danilo D
Enviado por Danilo D em 11/10/2020
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