Oferta e procura
Na minha infância, vez por outra, ouvia a minha mãe aconselhando alguém, fazendo uso de um ditado muito popular – pelo menos para ela –, mais ou menos assim: “Não se abaixe demais, porque o fundo aparece”. Na minha cabeça, mil situações eram criadas naquele momento. Quantas vezes olhei assustada para a pessoa e a imaginava abaixada numa posição pouco elegante.
Com o passar do tempo, percebi que tal alerta, muitas vezes, era dirigido, também, à minha pessoa. E, como ainda não sabia ler nas entrelinhas, ficava me perguntando o porquê dela me dizer aquilo; se, nem ao menos, eu havia me abaixado... Até que, um dia, criei coragem – sim, porque naquele tempo não se podia ficar questionando os conselhos paternos –, e resolvi perguntar-lhe:
– Mãe, por que você sempre fala assim comigo? O que isso quer dizer?
Com um sorriso nos lábios, e entendendo os meus porquês, ela me respondeu:
– Hoje não, minha filha, mas, um dia, você vai saber o que significa.
Realmente, como diz outro ditado: “Foi preciso passar muita água por debaixo da ponte” até que eu apreendesse o real sentido da frase. Suspeito que o motivo que sempre desencadeou a repreensão por parte dela, minha mãe, me acompanha até hoje. Qual seja: não sei ficar chateada com ninguém; e, quando isso acontece, mesmo que eu esteja coberta de razão, sempre sou a primeira a procurar um entendimento.
Minha mãe nunca viu com bons olhos essas minhas atitudes. Para ela, eu me expunha fragilmente diante das pessoas. Por isso, o uso constante da tal máxima.
O interessante disso tudo foi que, vivendo mais uma vez uma situação semelhante a outras tantas passadas, e tentando ser cortês e amiga com o outro, me justifiquei diante do meu pensar e acabei por pedir desculpas. Nesse exato momento, pareceu-me ouvir os conselhos de mamãe. Fiquei um longo tempo refletindo sobre o ocorrido, porém não tinha como retroceder.
Ainda pensando sobre o assunto, naturalmente, me veio, à mente, a “Lei da oferta e da procura”, citada no início deste texto. Nunca encaixei tão bem uma situação a outra como naquele momento o fiz.
Atentando para o seu conteúdo, ficou muito claro que, quando a oferta é maior do que a procura, passa a configurar o desinteresse por parte das pessoas. Talvez fosse exatamente esse o problema naquele instante. Havia ofertado, gratuitamente, uma opinião.
Voltando ao raciocínio e, analogicamente pensando, se observarmos atentamente, veremos que os relacionamentos humanos são muito parecidos com os modelos econômicos. Vivemos um eterno processo de trocas. No nosso caso, de sentimentos, opiniões ou obséquios, junto àqueles que nos rodeiam. E nem sempre somos aceitos ou fazemos boas trocas.
A verdade é que o resultado desse processo vai depender de vários fatores relacionados aos envolvidos como: concorrência, qualidade da oferta, desejo, necessidade, poder de aquisição, ofertas substitutivas. Enfim, são muitos os contratempos!
Buscando uma solução plausível, voltei à abençoada lei em questão. Se essa lei, que não foi criada, votada ou promulgada em instâncias apropriadas, funciona maravilhosamente bem no controle dos mercados mundiais, assim também o nosso sensor pessoal poderá agir como tal, ficando atento as nossas ações e nos protegendo de situações desagradáveis.
Mas, ainda vale salientar que, antes de oferecer qualquer que seja o seu produto, faça uma pesquisa de mercado. Analise o seu comprador. Verifique se a qualidade está à altura dele.
Mas, o melhor de tudo nesse processo é a procura. Qualifique o seu produto, para que seja valorizado e, automaticamente, procurado.
Lembre-se: “Não se abaixe demais, porque o fundo aparece”!
“A Lei da Oferta e da Procura (Demanda) busca estabilizar a procura e a oferta de um determinado bem ou serviço. Oferta é a quantidade do produto disponível em mercado, enquanto procura é o interesse existente em relação ao mesmo.”
(Gabriela Cabral)
Na minha infância, vez por outra, ouvia a minha mãe aconselhando alguém, fazendo uso de um ditado muito popular – pelo menos para ela –, mais ou menos assim: “Não se abaixe demais, porque o fundo aparece”. Na minha cabeça, mil situações eram criadas naquele momento. Quantas vezes olhei assustada para a pessoa e a imaginava abaixada numa posição pouco elegante.
Com o passar do tempo, percebi que tal alerta, muitas vezes, era dirigido, também, à minha pessoa. E, como ainda não sabia ler nas entrelinhas, ficava me perguntando o porquê dela me dizer aquilo; se, nem ao menos, eu havia me abaixado... Até que, um dia, criei coragem – sim, porque naquele tempo não se podia ficar questionando os conselhos paternos –, e resolvi perguntar-lhe:
– Mãe, por que você sempre fala assim comigo? O que isso quer dizer?
Com um sorriso nos lábios, e entendendo os meus porquês, ela me respondeu:
– Hoje não, minha filha, mas, um dia, você vai saber o que significa.
Realmente, como diz outro ditado: “Foi preciso passar muita água por debaixo da ponte” até que eu apreendesse o real sentido da frase. Suspeito que o motivo que sempre desencadeou a repreensão por parte dela, minha mãe, me acompanha até hoje. Qual seja: não sei ficar chateada com ninguém; e, quando isso acontece, mesmo que eu esteja coberta de razão, sempre sou a primeira a procurar um entendimento.
Minha mãe nunca viu com bons olhos essas minhas atitudes. Para ela, eu me expunha fragilmente diante das pessoas. Por isso, o uso constante da tal máxima.
O interessante disso tudo foi que, vivendo mais uma vez uma situação semelhante a outras tantas passadas, e tentando ser cortês e amiga com o outro, me justifiquei diante do meu pensar e acabei por pedir desculpas. Nesse exato momento, pareceu-me ouvir os conselhos de mamãe. Fiquei um longo tempo refletindo sobre o ocorrido, porém não tinha como retroceder.
Ainda pensando sobre o assunto, naturalmente, me veio, à mente, a “Lei da oferta e da procura”, citada no início deste texto. Nunca encaixei tão bem uma situação a outra como naquele momento o fiz.
Atentando para o seu conteúdo, ficou muito claro que, quando a oferta é maior do que a procura, passa a configurar o desinteresse por parte das pessoas. Talvez fosse exatamente esse o problema naquele instante. Havia ofertado, gratuitamente, uma opinião.
Voltando ao raciocínio e, analogicamente pensando, se observarmos atentamente, veremos que os relacionamentos humanos são muito parecidos com os modelos econômicos. Vivemos um eterno processo de trocas. No nosso caso, de sentimentos, opiniões ou obséquios, junto àqueles que nos rodeiam. E nem sempre somos aceitos ou fazemos boas trocas.
A verdade é que o resultado desse processo vai depender de vários fatores relacionados aos envolvidos como: concorrência, qualidade da oferta, desejo, necessidade, poder de aquisição, ofertas substitutivas. Enfim, são muitos os contratempos!
Buscando uma solução plausível, voltei à abençoada lei em questão. Se essa lei, que não foi criada, votada ou promulgada em instâncias apropriadas, funciona maravilhosamente bem no controle dos mercados mundiais, assim também o nosso sensor pessoal poderá agir como tal, ficando atento as nossas ações e nos protegendo de situações desagradáveis.
Mas, ainda vale salientar que, antes de oferecer qualquer que seja o seu produto, faça uma pesquisa de mercado. Analise o seu comprador. Verifique se a qualidade está à altura dele.
Mas, o melhor de tudo nesse processo é a procura. Qualifique o seu produto, para que seja valorizado e, automaticamente, procurado.
Lembre-se: “Não se abaixe demais, porque o fundo aparece”!