Saudade que apazigua minha alma

“Precisava tanto de escrever que derrotei um monstro de sete cabeças”

Caro leitor, antes de escrever o quer que seja, preciso de esclarecer que não escrevo faz tempo, então desculpem qualquer incongruência. Acredito que meus textos serão tão chatos que eu mesmo me sentirei um asno. Mas, prometo, tal e qual Dom Quixote, que chegará a hora em que tudo isto voltará a fazer sentido. Promessa de cavaleiro será sempre cumprida, ou eu não fosse um confesso admirador do cavaleiro da triste figura.

Agora que alertei o caro leitor para tal situação, já posso começar a escrever sobre tudo e sobre nada, são tantas as ideias que estão “matraquilhando” na minha cabeça que tenho até dificuldade de colocar no papel algo que faça sentido. Eu poderia falar sobre como os meus últimos anos de vida foram um marasmo, mas isso, faria eu gastar um sem número de horas, e acredito que o leitor não teria tempo para tamanho testamento. Por isso, vou optar, e se o leitor não se importar, por falar no tempo que faz hoje aqui na minha pequena cidade de Chaves, em Portugal.

O dia hoje acordou frio, chuvoso, coisa que eu já tinha sentido no dia anterior, meu corpo sempre me alerta para as mudanças de tempo. E escusado será dizer como eu odeio o frio, e tudo o que ele faz com o nosso corpo. Para quem é magro o frio se torna ainda mais insuportável, as mãos regelam, as pernas somem, e o nosso rosto se torna um tomate de tão vermelho que fica. Se a isso juntarmos esta coisa do COVID que anda para aí assustando tantas pessoas, no qual eu me incluo, então temos o circo montado para entrarmos no Outono com as mais ínfimas reticências.

- Há motivo para tanta preocupação?

- Bolsonaro responde – “Isto é só uma gripezinha”, que ele apanhou e ainda teve o descaramento de passar para a mulher; mas quanto a esse! O tempo se encarregará de julgar. Uma coisa eu sei, este é uma triste figura, mas não tem nada de cavaleiro andante.

Falando do Brasil – ohh… saudades boas, humm… lembranças ruins - veio-me uma lágrima ao canto do olho, veio-me um sorriso aos lábios; afinal vivi aí 10 anos, não foram dez dias, então uma parte de mim por aí ficou. A outra trouxe comigo, e é essa parte que está tentando escrever estas singelas, mas delicadas palavras.

“Tinha saudades disto, daquilo e do outro que agora não me recordo”