Um dia de pescaria
Nessa pandemia que ficamos restritos, longe dos passeios e convivencia social, sentimos que falta algo, Isso me fez voltar a uma antiga pratica esportiva, pescaria.
Filha de pescador, também como hobby, me lembro quando criança e na adolescencia nos aventuravamos a uma pescaria, meu pai ,eu e meu irmão. Meu dava uma vara de bambu seco muito usado, hoje com a sofisticação temos o molinete.
Não pense que é só pegar a vara pronta, isso da mesmo trabalho, montar perde-se um bom tempo.
Depende o local, seja rio ou água salgada, o mar. O local escolhido podemos rastrear com outros pescadores, ou com alguém que mora naquele local e tem esse conhecimento.
Depois disso, hora de montar a vara para pescar, saber o tamanho correto do anzol, este para cada tipo de peixe um tamanho ideal.
Depois as iscas, no mar o ideal uma isca viva, por exemplo o camarão e vivo, com cuidado para não espetar o dedo na sua defesa localizada na cabeça, não sei o nome tecnico, chamo de antena, ela se prepara para espetar.
O mais comum são minhocas,ou bichinhos de laranja como são conhecidos também de preferencia viva, isso significa que se a isca se mexer dentro da agua se torna mais atrativa para chamar a atenção do peixe.
Meu pai se aventura em pegar carangueijos no mangue, local com lamas e arvores, local muito umido, quando via ele colocar o braço quase inteiro dentro das tocas...Sinceramente isso nunca me atraiu, o caranguejo se não souber pegá-lo, as patas funcionam com um alicate afiado, onde ele pega para soltar não é facil. Nao sei falar muito dessa parte, como disse não me interessei.
Porém, meu pai usava uma tecnica que eu admirava, uma linha enrolada numa latinha com muitos metros, um rolo, na ponta a parte que ficara dentro d'agua colocasse tres anzois um separado do outro, numa distancia razoavel de uns quarenta centimetros com a isca, arremessa-se longe, esse é o legal da historia, segurando entre os dedos a linha em uma mão, na outra a latinha, a sensação de sentir o peixe beliscando, ou quando a bocada certeira, a sensibilidade esta nos dedos, é dar um tranquinho de leve, puxar enrolando a linha de leve, outro tranquinho, sentindo que foi fisgado, só puxar.
Para tirar do anzol outra tecnica, as vezes um alicate, para tirar o peixe do anzol, hoje tem acessorios, porem prefiro falar do arcaico mesmo. O bagre é um peixe desses, perigoso se for ferido por ele.E ele é bom de briga, o bicho puxa forte, se for com vara e estiver distraido a vara vai embora.
Nesse final de semana fui convidada para uma pescaria, entre familia, apenas tres pessoas para não ter aglomeração, estamos ainda sob maiores cuidados nessa época crítica de virus.
Dessa vez não arrumei a vara,colocando linha e anzol, ja estava pronta, foi só ir ao braço do mar, um canal para ser mais precisa, não tem ondas, a não ser quando o tempo vira, o primeiro a sentir a mudança é na agua, um fenomeno interessante, começa borbulhar e do nada uma onda capaz de virar o barco. Saimos antes desse fenomeno, o tempo estava virando, ventando forte, e com vento os peixeis somem.Acabou a pescaria.
Sai com cinco bagres e um diferente que não sei o nome, fiquei um pouco decepcionada, queria pegar um robalo, no meu molinete não veio, só esse bom de briga, e devolvemos para o mar.
Uma teraperatia maravilhosa pra quem gosta, eu gosto, embora há anos não praticava esse hobbe. Houve um tempo que carregava tralhas dentro do porta malas, se passasse por um rio, com certeza iria, mas nunca sozinha.
Despertou esse hobby adormecido, agora o que eu queria mesmo, era pescar com linhada, a emoção é bem diferenciada.
Quem sabe numa proxima...Valeu o dia de pescaria.
Agora relembrando, volto pescar versos.
imagem da autora