PROSA E POESIA

A arte da escrita, creio que é ponto pacífico, é algo que nasce ou não com a pessoa, uma sublime dádiva do Criador, que funciona como um verdadeiro bálsamo, tanto para quem escreve, como para quem lê. Esse talento, essa força que imprime aos escritos um toque especial, manifesta-se claramente, tão logo começamos a leitura, seja de prosa, seja de poesia.

No tocante à prosa, vejo esse toque especial sobressair, com nítida vantagem em relação aos seus pares, no romancista que considero o maior da História de nosso país, o gaúcho Érico Veríssimo, secundado pelo pernambucano José Lins do Rego, outro luminar do ofício de escrever romances. Seria de se perguntar, então, o que há na obra deles, que me leva a pensar assim?

O mesmo se dá com relação às crônicas, onde também, a meu ver, um nome se destaca, o de Fernando Sabino, que eu coloco um degrau acima dos também notáveis Orígenes Lessa, Paulo Mendes Campos, Oto Lara Rezende, Rubem Braga e João Ubaldo Ribeiro.

A característica que encontro na obra desses magníficos autores é que eles conseguem, com extrema facilidade, fazer com que o leitor se sinta parte do cenário onde dão os acontecimentos narrados, quase como se pudesse conversar com as personagens. Ora, essa habilidade não se aprende, ela é nata e salta aos olhos do leitor, límpida como a água pura.

Passando à poesia, algo semelhante acontece, quando lemos um poema extraorinário, a chamada obra-prima. Ao bater os olhos nos primeiros versos, sentimos a poesia, ao invés de, simplesmente lê-la, ela nos conduz, qual fizéssos uma viagem mágica, verso a verso, através de um mundo singular, encantado e encantador. E, no caso da poesia, não vou citar nomes, pois a lista faria crescer por demais o texto, tantos são os poetas que nos têm legado os mais fascinantes versos.

O fato marcante, comum à prosa e poesia, de que tanto se fala e que tanto nos toca, como leitores, é, sem dúvida, a emoção. Assim como um romance, um conto, ou uma crônica, fica gravada em nossa memória como uma obra ímpar, o mesmo se verifica quanto à poesia, resultando, enfim, que é a emoção a grande pedra basilar sobre a qual é construída a obra escrita, qualquer que seja ela.

Bom dia, amigos.

Ótima sexta, Deus os abençoe. Bem-vindos À NOSSA página.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 02/10/2020
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