As Três Graças

Ela não era uma.

Pelos atributos não poderia ser única,

era muita personificação para ser uma.

Vários artistas a eternizaram.

De Botticelli a Canova...

Ela é três...

Uma trindade perfeita

que o deus hetero normativo tentou imitar.

Três ninfas que brincam com os mortais,

que dançam com deuses e

bagunça a vida de quem decide amar.

Ela é Thalia que faz brotar a vida na primavera.

Ela é Eufrosina que dá sentido alegria.

Ela é Aglaia que trás a claridade ao devaneio.

Não pode ser uma, nunca!

Por onde passa trás vida, alegria e luz...

Não pode ser uma, mas o conjunto delas.

Desde o tempo mais remoto

ela brinca com os intentos humanos.

Os gregos as chamavam de Caritas,

os romanos a chamavam de Graties,

os renacentistas a chamavam de Grazies.

Em nossa época os deuses não conseguiram separar

as encarnações das irmãs e nasceram uma.

Elas nasceram Hilda,

elas nasceram Frida,

elas nasceram Rosa,

elas nasceram Pagú...

Elas nasceram tantas vezes

e tantas e tantas e tantas

que o mundo tentou calá-las.

Elas nasceram simplesmente...

Graziella

Ley Gomes
Enviado por Ley Gomes em 02/10/2020
Reeditado em 14/12/2021
Código do texto: T7077448
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