As Três Graças
Ela não era uma.
Pelos atributos não poderia ser única,
era muita personificação para ser uma.
Vários artistas a eternizaram.
De Botticelli a Canova...
Ela é três...
Uma trindade perfeita
que o deus hetero normativo tentou imitar.
Três ninfas que brincam com os mortais,
que dançam com deuses e
bagunça a vida de quem decide amar.
Ela é Thalia que faz brotar a vida na primavera.
Ela é Eufrosina que dá sentido alegria.
Ela é Aglaia que trás a claridade ao devaneio.
Não pode ser uma, nunca!
Por onde passa trás vida, alegria e luz...
Não pode ser uma, mas o conjunto delas.
Desde o tempo mais remoto
ela brinca com os intentos humanos.
Os gregos as chamavam de Caritas,
os romanos a chamavam de Graties,
os renacentistas a chamavam de Grazies.
Em nossa época os deuses não conseguiram separar
as encarnações das irmãs e nasceram uma.
Elas nasceram Hilda,
elas nasceram Frida,
elas nasceram Rosa,
elas nasceram Pagú...
Elas nasceram tantas vezes
e tantas e tantas e tantas
que o mundo tentou calá-las.
Elas nasceram simplesmente...
Graziella