A "Amarelinha"
(Hélio da Rosa Machado)
Na concepção de Zagalo (ex-técnico da seleção brasileira) “a Amarelinha” significa a garra e a capacidade do jogador brasileiro dentro das quatro linhas de um gramado de futebol, mostrando com maestria sua jogadas de mestre e driblando o adversário rumo ao gol. Quis dizer o ilustre treinador que a camisa da seleção brasileira, nas suas cores vivas significa a luta, o suor, a entrega do jogador quando veste a camisa do Brasil.
Mas o que significa essa “Amarelinha” dentro da filosofia de uma Nação?
Não é fácil responder a essa pergunta. Uma coisa é certa porém; temos de olhar com olhos de lince, num vôo de alta performance, para vivenciarmos do alto a grande extensão de nossa terra. Nesse momento, algo novo pode surgir dentro do espírito crítico do expectador que no início só vê uma névoa de pessoas caminhando sem rumo; mas eternos otimistas. Essa imagem pode se tornar mais nítida, começando a existir uma sensação de impotência e as pessoas começam a cansar de lutar dentro de uma mesma trincheira.
Essas pessoas que me referi a pouco, estão cheias de dúvidas a ponto de terem a sensação de que nosso País não tem solução. Essa realidade palpável assusta...
Ocorre que muitas vezes o que vemos e que nos parece muito nítido encerra uma miragem, pois o cansaço também leva às alucinações. Surge nesse momento uma luz, parece tênue, ofuscada, mas tem uma natureza constante e parece que vai brilhar sempre.
Nesse novo contexto, o observador mais atento logo percebe que se trata de uma esperança, pois está repleta de fé e de religiosidade, já que quem veste “a Amarelinha” sempre acredita em dias melhores.
A essência da vida vem descrita no livro Sagrado – pois aquele que crê, sempre alcançará a benção eterna. O que não se pode ter é pressa. O mundo gira devagar; o tempo passa; as pessoas passam, mas também o tempo se renova e as pessoas renascem pelo poder da procriação, por isso não é à toa que os pais estão sempre apostando em seus filhos.
Deus criou a terra e junto com ela acrescentou uma dimensão de território - chamado Brasil. Nesse País, a própria natureza se encarregou de oferecer ao seu habitante todas as condições de vida humana; pois existe muita água, ar puro, poucos acidentes naturais, muita floresta e uma extensão inigualável onde abriga muitos seres humanos, todos distribuídos conforme a sua natureza e sua aspiração.
Assim, Deus! - como criador - não teve dúvida de que todos que nascem no País da “Amarelinha” podem acreditar que tem futuro; bastando que preservem tudo ao seu redor, construindo um progresso com planejamento e com respeito à natureza. Evidente que nem tudo ocorre como Deus planejou, posto que Ele também deu a cada ser humano o livre arbítrio. Aliás, essa condição também foi delegada a Adão e Eva, cuja história bíblica nos conta fatos semelhantes. Enfim, não há dúvida de que o brasileiro, como qualquer ser humano, não é perfeito. O fato é que ainda há tempo para que muita coisa possa ser construída e outras que podem ser recuperadas.
Na idéia de renovação podemos imaginar que passou pelo País da “Amarelinha” um rolo compressor – onde boa parte da natureza ficou amassada como o capim, mas a raiz desse capim apenas se curva, mas não morre. O certo é que boa parte desta gente teima em ficar de pé. Essa massa remanescente pode rejuvenescer, fluída pela consciência, pelo altruísmo, pelo trabalho, pela lealdade, pela sinceridade, pelo amor, pela dignidade, enfim, por laços afetivos, onde todos passem a entender que só uma ação conjunta pode fazer o País da “Amarelinha” mudar de rumo.Essa mudança pode e deve começar pelas pessoas que têm algum poder.
Geralmente, quem está investido de uma função de alta direção, seja no Poder Público ou na iniciativa privada, tem de ter antes mesmo do objetivo comum da empresa, o espírito de brasilidade e investir na “Amarelinha” para agir em nome da Nação. O conteúdo final da empresa é o lucro, pois estamos num País capitalista, mas podemos investir no ganho econômico, sem agressão ao ser humano ou à natureza É possível também que um político aja sempre para alcançar a coletividade, tendo uma conduta decente, não dando brecha para algumas mazelas que campeiam a vida pública, principalmente quando algum projeto dê ensejo à existência de fraudes, “mensalões” ou outras circunstâncias nefastas para a administração pública. Por seu lado, o homem comum, como ser humano, deve portar-se dentro do limite previamente delimitado pelo direito de outrem, entendendo que a sociedade é constituída de seres múltiplos, mas exige respeito entre eles.
O respeito à natureza e o civismo deve ser a educação do homem, seja civil, seja militar ou homem público. A civilidade deve ser a ordem. O amor pela Pátria deve ser o pulsar dos sentimentos pela “Amarelinha”.
Todos devem lembrar que existe um ser Superior – além dos nossos pequenos limites – Aquele que espera de nós uma atitude digna. Evidente que esse ser Superior não veste apenas a “Amarelinha”, mas tem nela uma das cores do seu contexto Universal:
A BANDEIRA DO BEM E DA ORDEM MUNDIAL
SIGNIFICA A PAZ ENTRE OS HOMENS.