CRôNICA de IALMAR PIO SCHNEIDER - A VIOLÊNCIA IALMAR PIO SCHNEIDER No convívio cotidiano aprendemos muito, apesar das vicissitudes da vida, quando enfrentamos os problemas que aparecem. Sempre ouvi dizer frases populares, desde os tempos
A VIOLÊNCIA
IALMAR PIO SCHNEIDER
No convívio cotidiano aprendemos muito, apesar das vicissitudes da vida, quando enfrentamos os problemas que aparecem. Sempre ouvi dizer frases populares, desde os tempos de meu falecido avô, que era sapateiro, lá na minha saudosa vila natal, e afirmava que “do couro sai a correia”. Muitas indenizações milionárias têm sido concedidas pelo Estado por erros de seus agentes que nada sofrem, mas quem vai arcar com tudo são os contribuintes em geral. Pode significar o pão faltando à mesa do pobre e o próprio leite para as crianças subnutridas do terceiro mundo.
Há poucos dias a imprensa noticiava sobre doentes transplantados que corriam o risco de perderem a vida pelo motivo de não terem dinheiro para comprar remédios para combater a rejeição. Isto que é realmente ser um forte num país gigantesco pela própria natureza, mas tão fraco pela sua gente sofrida. De quem é a responsabilidade ? De que adianta as campanhas que se fazem a fim de se obterem mais doações de órgãos ? É uma ironia se não fosse trágico !
E o que dizer-se da corrupção que grassa na administração pública, desviando milhões de reais do erário e enriquecendo alguns poucos inescrupulosos e aproveitadores ? Também o favorecimento a banqueiros na aquisição de dólares, quando da véspera da liberação do câmbio e consequente desvalorização do real ? E o povo indefeso, excluído e carente, assistindo a estas atrocidades que, em suma, vêm em seu desfavor, para não dizer à sua miséria.
Se não bastasse o desemprego sem precedentes que atinge a sociedade, a violência brutal presente em todos os lugares já não se a consegue mais combater. Vivemos sobressaltados no dia a dia, temendo a qualquer hora sermos vítimas dela. Os parlamentares a tem em pauta e discursam, como se ouve pela Voz do Brasil, e não encontram solução adequada. Pensou-se em pôr o Exército às ruas, mas a ideia não foi aceita por motivos óbvios. Agora, falam na impunidade, o que não deixa de ser um dos fatores para que ela exista em todos os níveis.
Pelo exposto, considero, a meu ver, s.m.j., que a violência é fruto das mais variadas maneiras de prejuízos causados à sociedade, quer pelos crimes de colarinho branco, quer pelos delitos a mão armada, tais como homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais graves, assaltos, sequestros, estupros, roubos, etc. ou não: furtos, calúnia, infâmia e difamação e outros.
Enfim, concluindo, só vejo uma fórmula para coibir, com mais justiça possível, tudo isso: é a punição exemplar dos culpados e tal como em Nova York, a “tolerância zero”. Por enquanto, estamos muito longe de alcançá-la, não obstante ser o anseio de todos.
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Advogado e cronista
Publicado em 09 de dezembro de 1999 - no Diário de Canoas.
http://www.diariodecanoas.com.br/site/interativo/minhas_cronicas,canal-5,ed-90,ct-452.htm
EM 15.8.2009
http://ial123.blog.terra.com.br/
em 1.9.2010