A Professora - BVIW
Mote: Memória Afetiva
Estudei no Instituto de Educação em Belo Horizonte nas séries iniciais. Quando meus pais mudaram-se para Lagoa da Prata, num agosto longínquo, eu fazia o primeiro ano. Tive uma professora encantadora, dessas que respeitamos pela doçura, pela sabedoria e postura de mestra. Elegante no seu modo de vestir e de viver.
As digitais dessa professora forjaram muito a minha emoção...
Numa tarde, ela dava aulas e, de repente, percebi que havia algo errado com ela. No tablado da sala, ela ficou imóvel, lívida como o giz que segurava. E abaixo, uma poça de sangue se formou aos seus pés. Anos depois soube que tivera um aborto. Um dos seus filhos que não teve a sorte de tê-la como mãe, uma pena!
Esse episódio marcou-me, como o ferro em brasa marca o gado. Porém, mais que isso, a professora é uma das personagens de minha memória afetiva. Quando em vez, ela assoma à janela do meu coração, acenando para mim.