Um Rio Que Corre  BVIW

                                             


Hum, que cheiro bom do meu sapato novo, vestido novo que minha mãe tinha costurado, modelo escolhido a dedo na revista manequim, tudo isso para o momento tão esperado, minha cidade em festa. Noites na calçada,  no colo da minha mãe, sentindo seu cheiro, que fica na memória para sempre. Aquele abraço, daquela pessoa, que ninguém nunca deu igual. Aquela música, que me leva do choro ao sorriso, uma mistura de tortura com paraíso, e ficou, aquele sonho que o tempo não levou.

Nossa memória afetiva vem de tudo que nos afeta, seja ruim ou bom, cabe a cada um fazer a seleção, o que vai para o esquecimento, ou guardar o que teve um grande significado, lutemos para que nossa mente traga o que nos fortalece,  fazendo com que sigamos em frente; há memórias que querem nos paralisar,  que nos levam a erros, evitemos  alimentar essas fotografias mentais para não tropeçarmos num futuro que pode ser melhor sem essa trava, que pode está impedindo o fluir  lindo desse rio no seu curso para uma vida mais florida.  
"Somos nossas lembranças, somos esse museu quimérico de formas inconstantes, essa pilha de espelhos quebrados."  Jorge Luis Borges

Podemos ter o governo do que queremos levar adiante como estrada risonha, com mais acertos diante de um futuro desconhecido, com a experiência do passado como professor.  Avante!


                                                                              (Imagens Pinterest)

Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 29/09/2020
Reeditado em 30/09/2020
Código do texto: T7075217
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