Chovia torrencialmente em SP. A madrugada ainda cobria a manhã embalada pela tempestade.
A chuva e o vento,desencorajavam qualquer um que quisesse sair às ruas. O dia despertava transformando o fim da madrugada, e o começo da manhã num cenário lacônico para quem tivesse idéias patéticas.
O velho prédio da Av. São João, o COPAN contrastava com sua silhueta imponente e sinuosa contra os céu escuro da cidade.A chuva açoitava as paredes do prédio criando um certo clima de insegurança e perigo. O cenário daquela dança macabra que a água da chuva fazia nas janelas do prédio.chegava a assustar.
Paulo,no 32º andar do prédio chegava a sentir no rosto algumas gotas da chuva que atravessavam a janela..
. A bronquite que o atacava desde criança resolvera vir com tudo,dificultando ainda mais sua respiração ofegante.Agora era tarde
Encostado à parede,fumando um cigarro, parecia esperar algo ou alguém para tomar uma decisão que parece já ter sido tomada.. Sentindo frio, apertou mais a capa de chuva contra o peito para sentir-se mais protegido. Começava a amanhecer e já se ouvia lá embaixo o movimento dos automóveis que despertavam a cidade chuvosa. Não havia mais o que esperar. .Apesar dos calafrios ele caminhou decidido em direção ao poço do elevador que estava parado. Pensou que um pulo de alguém, naquele poço seria fatal.Não teria volta.Tremeu...Um arrepio lhe passou pela espinha
Tomou coragem e...começou a descer,um a um,os degraus do 32 º andar que o levavam ao térreo, para cumprir o que havia prometido à mulher. Seria mais um "desejo " da mulher grávida,de 3 meses, comprar logo cedo ,assim que saíssem do forno da padaria , os famosos " sonhos " de creme.
Justo hoje quando a luz elétrica foi cortada de madrugada pelo temporal.
Queria ver agora pra subir os 32 andares de volta para casa.,com a  falta de ar dessa maldita bronquite .