Amor de adolescente
Tenho acompanhado alguns capítulos da novela Páginas da vida da Globo. Um pouco devido ao horário que é após o jornal, outro tanto porque volto da academia e após fazer um lanche leve gosto de relaxar antes de retornar ao micro onde certamente além de navegar e papear estarei também trabalhando.
Em muitos desses capítulos tenho visto cenas de encontro, carinho e paixão entre dois adolescentes.
Isso tem mexido comigo a ponto de me deixar com os olhos mareados de lágrimas, não tanto pelas cenas que são singelas e até pueris, mas pelas lembranças boas que elas me trazem.
Quem não viveu suas paixões de adolescente? As vezes paixões platônicas e nem reveladas, outras explosões de sentimentos misturados às primeiras sensações de cunho sexual.
Aquele frio na barriga, arrepios e o nó na garganta, aquela vontade de correr de gritar ao mundo seu amor.
Coração acelerado com um simples tocar de mãos, com o olhar, com o observar dos lábios.
Quanta emoção ao ouvir uma música juntos, sentar num banco de praça e ouvir os pássaros, olhar um por de sol de mãos dadas ou apenas sentar juntos na praia.
Fico imaginando porque depois de maduros temos de ser tão complicados, porque não podemos mais ter dessas paixões forte e puras esse amor gostoso.
Me entristece perceber nas pessoas de minha geração ou até de outras gerações mais novas mas também maduras, a armadura que colocam para se proteger de sofrimentos e com elas deixam de viver também esse amor gostoso e solto dos adolescentes.
Por isso digo as mães e pais nessa véspera de dia das crianças, não engessem o amor puro e verdadeiro de seus filhos.
Renato Zecca – São José dos Campos, 09/10/2006