Liberdade
Ela foi embora para nunca mais voltar. E cumpriu.
Ao bater a porta atrás de si, deixou que as lágrimas lhe afogassem por muitos quarteirões.
O choro convulsivo era pior que a morte, mas a certeza de estar se libertando de um relacionamento tóxico era gratificante.
Ela foi mesmo embora, ele não correu atrás, não se moveu, não foi capaz de lutar por seu amor. Que bom!
Ambos estavam livres para um recomeço, talvez mais acertivo, talvez menos doentio, certamente, bem mais maduro.
Nunca, nunca mais se viram.
Ela se refez por completo. Ele, não se sabe ao certo.
Às vezes, quando se bate a porta, a dor parece insuportável, mas o ar que se respira do lado de fora é a oportunidade rara de se libertar do próprio cárcere.