COTAS RACISTAS EM FUNDO PARTIDÁRIO/DISCRIMINAÇÃO DE BRANCOS E AMARELOS.

Há a partir das cotas universitárias uma discriminação das outras cores, privilegiados agora os afro. Discriminam-se as outras etnias. Da universidade como previa-se pulou-se para o serviço público, após para a fraude na conhecida “gota”, como se conhece nos EUA, muitos brancos sem nenhum ligame afro se qualificando como descendente de negro para evitarem disputas em concursos. Nas universidades ao que creio, cinquenta por cento entram por cotas.

De um salto gigantesco a Empresa Magalu, Lojas Luiza, coloca anúncio que só serão admitidos negros para contratação na empresa.

E coloca-se no centro da discussão, no momento, cotas para fundo partidário para negros. É a inegável discriminação de outras etnias.

Não entro no mérito por afastar do óbvio qualquer dialética contrária discursiva. Em lógica a evidência, cenáculo da certeza, derruba qualquer oposição. Argumentos/fatos são prova dos nove. Viola-se a Constituição, isso sob chancela do guardião da Carta Magna, o STF, Enfrenta-se simploriamente a “igualdade de todos” diante da lei, cláusula pétrea, face a justificativas de débitos históricos e outras aleivosias.

As outras cores, agora discriminadas no bojo da lei, com norma constitucional pilar fortemente agredida , configuram seres de segunda classe. É o desfavor do mérito em favor da cor, a ultrapassagem dos pórticos da lei em populismo incontornável pela clareza. E avança. Até onde?

Ser de outra cor a não ser da descendência afro tornará as outras cores

exiladas em seu próprio solo? Mata-se o incentivo ao mérito e certifica-se, negativamente, a impotência da descendência afro para disputar por mérito.

O necessário não se faz, educar, educar, educar. Dar a todos as oportunidades previstas na Constituição. As cores como um todo não podem pagar a discriminação que se verifica por omissões de gestões e dos Estados no curso da história. Somos todos iguais como pessoas, independente de cor, qualquer passo contrário é discriminatório. Que se dê por mérito após bom ensino fundamental bolsas em universidades para os pobres com mérito. Com educação haverá, também, habilitação para concurso público.

Mais um absurdo avulta, cota partidária, e criminoso admitir somente negros para trabalho em empresas. Onde está o Ministério público. Isto configura injúria racial para as outras cores e etnias. Brasil...América...

REEDITO ABAIXO ARTIGO DE 2014 SOBRE O TEMA.

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COTAS RACIAIS NAS UNIVERSIDADES, SIMILAR AO QUE SE REEDITA PARA O SERVIÇO PÚBLICO.QUESTÃO ANALÓGICA

Ninguém quer um país de acadêmicos, aliás que não é nem será. O Supremo Tribunal federal sufragou a constitucionalidade das cotas raciais. É mesmo constitucional? A Constituição diz que “todos são iguais perante a lei”. O quê é isso? Justamente para não haver distinções, como garantir a uns, pela cor, vagas em universidades públicas em detrimento de outros. É uma distinção, dir-se-ía, e distinguindo não é legítima. Precisamos, sim, de ensino fundamental, garantido a todos.

Mas o Supremo – principalmente em nossos dias – é abrigo de proposições afirmativas, ou seja, um clamor em favor de minorias que lutam por seus direitos. É bom de certa forma. Quando não complica ao invés de simplificar.

Sob essa angularidade caminham direito e justiça, legalidade (o que está na lei que vigora) e entendimento dos juízes sob enfoque de justiça.

É sadia a interpretação que faz justiça, ainda que contra a norma geral. Tudo que milita em favor da melhora da humanidade é positivo e deve merecer anuência. Somos todos juízes de todos ainda que fora dos tribunais, de maneira não institucional.

Não existe raça, é pacífico, mas há divisões discriminatórias, registra a história.

Mas o que é importante não ouço, NÃO OUVI CLARO, ALTO E BOM SOM NA CORTE SUPREMA.

Não é possível construir uma pirâmide começando pelo topo, mas exclusivamente pela base. Nada adianta abrir janelas que distinguem para o ensino superior, contra o que eu não me oponho, ao contrário, aplaudo, se nada se tem de razoável na base, ensino fundamental.

E O PRINCÍPIO QUE RECONHECE O DIREITO ÀS COTAS, ACIONADO PELO STF, É DA RAZOABILIDADE. Razoável é ter educação implantada de forma desejável e linear, da base ao topo.

“Nação é a coletividade UNIFICADA por língua e RAÇA". Curso de Teoria Geral do Estado, Pedro Calmon, páginas 19. Caixa alta nossa. Mas raça educada a partir da base. E raça é uma só, e todos, não importando a cor, têm direito à educação desde o ensino básico. É sonho? É o que prometem as cartas políticas. Ninguém chega à universidade sem ensino fundamental suficiente.

Se eu Estado não dou educação suficiente a todos, iguais, sem distinção de cor, ou raça (assim sob forma adjetiva classificado o ser humano), e esmago nesse setor classes mais desfavorecidas desde o ensino fundamental, e abro as portas do ensino superior, estou contrariando a igualdade de todos, linearmente, sem avaliação única, e de disputa por mérito.

Huxley já demonstrou a existência antropológica da raiz única. Somos todos oriundos de um mesmo casal, surgido na África, datam vinte milhões de anos.

Nosso inigualável lente, Calmon, professor emérito da cadeira da Teoria do Estado, deixa claro o que claro é, inclusive para os mais neófitos hermeneutas das ciências sociais; nação e seu conceito, bem como elementos indispensáveis de configuração.

Unidade, unificação, conformidade, harmonia, identidade, ligação, aliança, pacto, liame, ligame, esgotem-se os sinônimos e assemelhados, para advertir a identidade legal das pessoas, os cidadãos, miscigenados ou não.

Deixa de existir uma pátria para se dar lugar à divisão por raça e, conseqüentemente, deflagra-se possível quizila social de péssima memória na história humana, dizem alguns. Não creio, não é da índole do povo brasileiro.

O mérito se afasta para dar lugar à cor, afirmam. A classificação ocorre pela origem racial. Não prevalece a igualdade, dizem outros. Mas abriu-se a brecha para igualar....e não de forma compensatória, deixaram certo ministros votantes, olha-se para o futuro. O tema é retórica de muitos discursos e várias conotações. O futuro remete ao passado sofrido da raça negra, consideram. É inegável que contraria-se a igualdade na imposição de cotas. O mérito é a sinalização da escolha, e cotas devem se dirigir aos estudantes pobres, DE QUALQUER COR.

O importante é que se garanta o ensino fundamental, não tenho dúvidas.

O homem muda permanentemente na roda da vida, temporalizando-se, integrando-se em si mesmo com sua mudança. Assim, faz seu passado, faz sua história. É princípio extraordinário que se particulariza e singulariza, resolvendo simultaneamente qualquer objeção, pois não há passado absoluto, pois perdura no presente. O passado não se termina no não-ser, logo que, perdurando no presente, co-integra a realidade humana, único ser suscetível, em si, de HISTORICIDADE. Sem passado, é inegável, não existe história.

Durante séculos não se conheceu passado a não ser que se pudesse concebê-lo. Esse passado que guarda fatos, onde jazem coisas, se refugiam eventos ao consumarem-se, desprendendo-se da vida que com eles se objetivou. A inclinação espiritualista da história que procurava o homem distanciava-se dele, radicalmente, ao procurá-lo no que já não é nem seria jamais. Por isso, sobretudo fracassava a história. A solução apetecida estava a espreitar ali mesmo, nesse hiato sem cortes, oferecendo-se aos investigadores. Bastava apenas acompanhar o processo da objetivação até o passado que subsiste na existência como possibilidade. Esse passado faz com que a existência siga sendo. A história HISTORICISTA "ficou-se" também naquela objetividade, isto sem advertir que , em tal forma, a existência estava já consumada.

A breve incursão filosófica demonstra que, história, efetivamente SIGNIFICAVA PASSADO. Apenas em nossa posição, TAL PASSADO EXISTE. Não está fora do homem como pressupõe o racionalismo. Volvemos à caracterização da história por um passado (ou sido) que é em um presente, e um presente que é com seu passado. Se esse presente não conservasse seu passado não poderia haver história.

Na história de cada brasileiro não há vão em que se esconda o racismo pretendido no bojo da lei, embora repelido pela Carta Magna.

O historicismo de cada um, também, não permite maquiar o mérito pela cor e por raça. Não é essa a história brasileira, não é essa a história da humanidade. Nada disso foi recepcionado na constituinte de 1988.

Uma coisa é classificar por renda para dar bolsas e estimular o estudo pelo mérito, outra coisa é reconhecer a desigualdade dos iguais, os brasileiros como um todo que precisam não só de cotas para ingressarem na universidade, mas de amplas cotas na educação para que possam se educar desde o ensino básico até a universidade, sejam negros, brancos, amarelos ou de qualquer etnia, humanos iguais, pessoas.

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COMENTÁRIOS-

06/07/2014 08:32 - Lúcia Constantino

Bom dia, meu amigo. Maravilhosa a sua crônica, bem como os pensamentos também expostos no comentário a Ciro Fonseca abaixo -- sempre, sempre achei que essas cotas é que demonstravam uma espécie de racismo mesmo. E muitos eram contra mim, e agora fico aliviada lendo sua crônica, pois não sou a única a pensar assim. Nada a comentar a não ser isso, pois sua crônica é lúcida, completa, inteligente e, acima de tudo, sábia, pois você escreve com conhecimento e sabedoria. Um bom dia, meu amigo.

04/07/2014 11:19 - Celso Panza

Sim Maria Luiza, todos têm que ter a mesma chance como você destaca, e um mero contato de meios universitários por quem entrou no sistema de "cotas", como ressalta nosso amigo Ciro, mas sem mérito, só diminuirá mais essa chance de ser igual, quando do exercício profissional. O núcleo é a igualdade, e ela há de vir desde o ensino básico. É esse o foco com base em norma universal, inserido o padrão em todas as constituições, igualdade, mas igualdade linear e transparente, sem desigualar, como fez o escravismo não só no Brasil, mas em todas as épocas e em todo o mundo, como registra serenamente a história. Abraço. Celso

04/07/2014 00:38 - MLuiza Martins

Bravos Celso Panza! É absurdo criar "cotas". Há que haver ensino e educação até obrigatórios, sendo os pais punidos ou ajudados financeiramente caso não ponham seus filhos no ensino fundamental e até ao universitário. Todos tem que ter a mesma chance e a obrigatoriedade também. Um grande abraço, Maria Luiza

03/07/2014 16:37 - Celso Panza

Caro Ciro, é princípio universal, "não se distingue onde a lei não distingue", e as leis conduzem a sociedade, no caso preceito fundamental, direito individual, lavrado na Constituição Federal. E não só no Brasil, mas com norte irradiador de direitos humanos transcrito na Convenção da ONU, por nós assinada (e desrespeitada) e por todas as nações civilizadas. O uso de cotas segrega quando admite pela cor o ingresso em universidade posto de lado o mérito. Não só segrega pelo demérito que irá desqualificar mais um futuro profissional, admitido sem requisitos básicos, ensino que capacita precedentemente, proporcionando a disfunção educacional e a péssima qualificação profissional, já tão comprometida. Não se aciona "proposição afirmativa" sob o aspecto da razoabilidade enfrentada a regra máxima constitucional. O que se faz com a representação, com a lei enfrentada sem nenhuma razão para fragmentar? Rasga-se como se tem feito a Constituição? Se divide brutalmente por classe em função da cor a sociedade, fragmentando a irmandade desejada. Instituam-se cotas amplamente para bolsas aos que necessitam, alunos que não podem pagar, e se faça o aluno que frequenta universidade pública pagar, como nos EUA, se podem pagar. Esta a razoabilidade. Onde está na lei que é razoável distinguir onde a lei não distingue? Para que serve uma constituinte que sufraga, como em todo o mundo, a igualdade? Também pela proposição afirmativa (o quê é isto?) paga-se hoje previdência (aposentados e pensionistas) pelo princípio da razoabilidade. O quê é razoável (?), eu ter pago a vida inteira, e pagar de novo para quem? Para o meu defunto!!! Isto é o princípio da irrazoabilidade, o mesmo que discriminar iguais. É meu pensamento Ciro, obrigado imensamente por sua intervenção, sempre sábia, e que possibilita ampliar o tema, me ajudando a alargar o discorrido, mas estou aberto a ouvir mais considerações suas que sempre somam muito, como agora. Um abração. Celso

03/07/2014 15:46 -

Caro amigo Celso. O que mais se diz, é que combater racismo com racismo é ironia. E de fato o é. Mas dizer isto é partir do pressuposto que o uso de cotas segrega e esse não é o caso. Aliás é o oposto. Esse pensamento é reducionista e desconsidera um cenário que justifica essas políticas de ações afirmativas. Não se trata de dar privilégios a um grupo por considerá-lo melhor ou menos capaz, mas sim de reduzir o abismo histórico entre etnias, promovendo um contato até então pouco comum, ou seja dentro das universidades. Alguns falam em reparação histórica e social, mas talvez o termo "reparação histórica" não seja o melhor, já que não há nada que se possa fazer para apagar estas páginas vergonhosas da nossa história. Abraços!

03/07/2014 12:51 - Nina Costa

Muito bom amigo Celso Panza! Gostei demais de sua crônica, artigo. Já postei no blog "NEGRITUDE EM MOVIMENTO", http://performancenegra.blogspot.com.br/

03/07/2014 11:14 - Madalena Maria

Aplausos! Posso dizer que presencio de perto parte dessa situação, no que diz respeito ao ensino fundamental tanto nas séries iniciais quanto as finais. É necessário ressaltar que tudo começa na alfabetização. A partir dai fica tudo entregue nas mãos do destino. Está na lei que a Educação deve de ser gratuita, de qualidade e igual para todos. Também concordo que com as Cotas Raciais estamos discriminando e não igualando. Vou lhe dar um exemplo simples. Tenho dois netos, na certidão de nascimento de um deles está escrito que a pele é branca e na do outro que é parda. Eles não disputarão uma faculdade com igualdade de direitos. Existem muitos pontos para serem refletidos. Um abraço!

03/07/2014 11:01 - Leonel Santos

Apoiadíssimo caro Celso! Excelentes reflexões que estimulam a mente e iluminam também. Acho a universalidade das leis a única forma justa de legislar. Ademais, acostumamos a equacionar escravidão com raça negra, como se sinônimos. Embora isso se tenha verificado em nosso país, Judeus o foram no Egito, Babilônia... nepaleses em face à China, hindus aos ingleses, etc, todos os povos vencidos em combates em algum momento viveram a escravidão, e isso não se resolve com paliativos, que definistes magistralmente na figura da pirâmide inversa, parabéns! Abraço.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/09/2020
Reeditado em 24/09/2020
Código do texto: T7071207
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