O que nos leva a ser como somos - bviw

Leves defeitos todos temos. Mas há os que nos incluem na lista dos cidadãos do mal: zombar por prazer, furtar com naturalidade, explorar da bondade alheia, invejar, humilhar mas jamais humilhar-se. Não acho difícil detectar as razões de tais vícios. Vêm da infância, se agravam na adolescência, e tardiamente é difícil consertar as omissões e erros que culminaram em adultos com desvios de personalidade.

No conjunto dos perfis psicológicos com os quais temos que conviver, existe um que desafia minha capacidade de compreensão: o louco ao volante. Seria tentativa de compensar a baixa auto-estima com um carro possante? Prazer em levar ao desespero os ocupantes do carro? Infinitas são as razões que levam um motorista a assumir tais condutas com potencial mortal.

O cúmulo da loucura, que me deixa tão louca quanto o louco do volante, é quando o vejo conduzindo crianças. Que vontade de xingar, seguir, interceder, deter! Anoto a placa; ligo pra polícia rodoviária; faço caras, bocas, gestos de indignação - mas nunca tive o prazer de ver um motorista, nessas condições, ser pego nas estradas.

Que gratificante seria vê-lo levar um esculacho coletivo, uma reprimenda formal capaz de transformá-lo em gente de bem, que trafega com segurança e respeito. O mais comum é o maluco safar-se são e salvo, pronto para continuar ameaçando a vida alheia e a própria.

E segue em versos expressivos e inteligente interação o querido amigo e nobre poeta Ansilgus:

“ O Brasil já virou fábrica

Dessa postura mortal

De gente sem ser estrábica

Que prefere ser do mal

E confiscando a carteira

De gente sem coração

Acaba essa brincadeira

De tão cruel emoção”

Obrigada, poeta! Grande abraço!

Maria do Carmo Fraga (Mariana Mendes)
Enviado por Maria do Carmo Fraga (Mariana Mendes) em 22/09/2020
Reeditado em 24/09/2020
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