MEDO
Dia doido.
Ano de pandemia... (VIXE)!
Eu enlouqueci de vez e vi todos os filmes mais incoerentes possíveis: "Piranha", "Tubarão" 1, 2, 3 (... Como assim o tubarão puxa pro mar um helicóptero, gente?! Um bicho desses, os EUA tiravam do cinema e o alistavam no Exército!), "Anaconda" 1, 2, etc.
Tá bem, alguns filmes eram dos anos 70. E ainda assim, tem gente com medo até hoje.
"Piranha", quando vi, tinha por volta de 8 anos de idade. Fiquei um mês com medo de abrir torneiras. Lavar as mãos pra mim era um sacrifício! E tudo escondido da minha família, pros meus pais e primos não perceberem, e eu... Não, eu não tinha medo de ir parar num hospício: o pior pra mim era ter que confessar a origem deste comportamento, o filme "Piranha". Já pensou?
Os medos...
O que eles fazem com a gente, né?
Passamos uma boa parte da vida com medo, achando que podemos dominá-lo, sem perceber que já estamos dominados por ele.
Mas que sensação horrível. De matar.
Lembrei então de uma história ouvida na infância:
Dois amigos fizeram uma aposta na qual um deles entraria no cemitério para passar uma noite, ao lado de uma determinada sepultura. Teima sim, teima não, um deles aceitou o desafio e o outro o esperaria do lado de fora, para ter certeza de que não haveria trapaça.
Dia combinado, horário, valor acertado, tudo pronto. O rapaz corajoso entrou no cemitério. Dirigiu-se a sepultura combinada e se abaixou ao lado, para deitar e dormir, quando sentiu que seguraram a gola de seu casaco e a puxaram para cima, atrás de si. Incapaz de reagir, infartou e morreu ali mesmo, neste exato minuto.
De manhã, o amigo que esperara do lado de fora, entrou no cemitério procurando o rapaz, e já separando o dinheiro para pagar a aposta.
De repente, avistou o amigo abaixado, chegou perto e constatou que estava morto.
Lamentando profundamente, soltou-o então do galho de árvore que havia prendido a gola de seu casaco...