O que, realmente, nos é importante?
Por vezes nos intriga a importância que damos a detalhes; numa análise fria, o que está sendo focado não altera em nada nosso cotidiano, nossos projetos, e, sobretudo, nossos conhecimentos.
Eu sei que a mãe de Nero se chamava Agripina, e daí? Em quantos debates, reuniões sociais, ou pesquisas científicas me foi perguntado o nome da mãe de Nero? Saber o nome de Agripina vai engordar o meu estofo cultural?
A menor semente do mundo é a semente da mostarda, embora alguns digam que é a semente da orquídea; o fato é que nunca perderam tempo em descobrir qual das duas é a menor... pois isso em nada importa, também é um fato que ninguém se dispôs a medir, para acabar com a dúvida.
É revoltante a discussão envolvendo o “porque”, deve-se escrever junto, ou separado, tem acento, ou não tem acento? Alguma vez você perdeu o entendimento do texto que estivesse lendo, ao se deparar com um porque escrito de forma indevida, ou equivocada?
Em que tratado, em qual enciclopédia ficou determinada que a cor rosa cabe às meninas, e a cor azul aos meninos? Eu não sei, eu só sei que isso já foi tema de debate entre políticos, e que ambos os debatedores foram derrotados pela fragilidade de seus argumentos.
O preconceito está matando os homens; o saquinho plástico está matando os oceanos; a derrubada está matando as florestas; a extinção está extinguindo o mundo, e o mundo está perguntando se esse porquê tem acento?
Quando soubermos que o tomate é um fruto, e não um legume, a humanidade mudará sua direção.