Robôs em uma selva de pedra

Às vezes a vida fica tão monótona que nos tornamos robôs. Estamos no modo automático, sem perspectivas, sem forças para mudar nossas vidas. Fazemos as mesmas coisas todos os dias, não há nada de novo, acostumamos a perder nosso precioso tempo com coisas inúteis. Acostumamos a colocar nossos sonhos debaixo do travesseiro e ir trabalhar, acostumamos a gastar nosso dinheiro comprando coisas desnecessárias, acostumamos a reclamar do emprego que não agrega conhecimento, mas não fazemos nada para mudar isso.

Entramos em uma rotina massacrante, desenvolvemos doenças psicossomáticas por não conseguir sair dessa mesmice. Perdemos a alegria e ganhamos uma mochila repleta de ansiolíticos, talvez sejamos mesmo a geração Rivotril, porque não sabemos gerir nossas emoções nem arriscar mudar o que nos incomoda. Temos medo da mudança então nos acostumamos com o emprego mais ou menos, com a faculdade mais ou menos, com relacionamentos mais ou menos e com uma vida mais ou menos. Levantar e mudar a situação requer coragem, então abrimos a mochila e tomamos o Escitalopram de cada dia.

Torço muito para que possamos enxergar a realidade como ela é, que possamos tirar a venda dos olhos e encarar a verdade mesmo que ela nos machuque. Que a gente não precise mais usar máscaras para esconder nossas tristezas, que a gente enfim entenda que a vida é um sopro e que somos mais que robôs em uma selva de pedra.

05/12/2017

Alice Lourenço
Enviado por Alice Lourenço em 21/09/2020
Código do texto: T7068596
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