AMSTERDAM. MUSEU VAN GOGH, TECNOLOGIA. PASSAGENS.

Maior arquivo do acervo de pinturas de Van Gogh teve como legatário seu sobrinho em linha sucessória listada em breve sinopse de sua vida ao final. Mas esse acervo, expressivo, que forma o museu com o nome do pintor em Amsterdã, doado ao Estado pelo legatário/sucessor em cadeia familiar, levou trinta anos em tratativas diante dos requisitos que impunha o sucessor/legatário.

É local fantástico e exigido pelo doador distância das telas das paredes uns 60 centímetros com ampulhetas em ebulição permanente atrás das obras, para evitar fungos.

Foi uma visita que deixou saudades. Holanda é sedutora, mas em uma vez se satisfaz a curiosidade. Fomos a Volendan e percorremos de bicicleta, cidade pesqueira com casas pequenas e todas com jardins floridos próximo ao porto onde se come um peixe em barracas limpíssimas, e todos que servem de aventais brancos e incrivelmente não se sente cheiro de peixe forte. Come-se em pé junto às barracas. Maravilha, as traineiras ancoradas no cais. Os trens têm vagão que leva as bicicletas, estamos em país baixo, as famílias trafegam na estrada de bicicletas, principalmente fim de semana, e voltam de trem. Os diques mantém a Holanda abaixo do nível do mar, é fantástico, não existem elevações. Me assalta a visão de um rompimento de dique e da devastação, remota a possibilidade. Há um Estado proficiente. Não tanto com a droga, pela noite vimos como se droga a juventude em bares, etc.

Vi uma moça linda, holandesas são muito bonitas, uma raça bonita, em bar em que estava comendo tira gosto com cerveja cair dura de um banco faroeste. O garçom disse diante de nossa preocupação, droga... Não há a besteira que disse FHC que para lá vão nos fins de semana de outros países, POR CURIOSIDADE, pessoas para se drogarem. Não é curiosidade, é facilidade de acesso, já são viciados. O controle do Estado para recuperação com distribuição de droga com requisitos, como preleção para sair do hábito, fornecimento de agulhas e porções de droga como na Suiça, é diferente da recreação. Para lá se dirigir por curiosidade. A busca da juventude que faz abarrotar trens fim de semana vindos de outros países, é gigantesca. Vi pessoalmente. Há bares previstos para consumo de cannabis. Mas não é observado. Vão para as ruas. Um desses viciados na Suiça me ameaçou e tive que mostrar minha disposição; correu.

As fábricas de queijo que visitamos são apreciáveis, como as imensas áreas plantadas de tulipas que você visita de pé, e pelo alto em monotrilho, Keukenhof, como em Orlando para quem conhece os monorails.

Bom de dizer que Van Gogh pintou somente dez anos com entrega, começou novo e morreu novo, viveu trinta e sete anos. Tentou antes ser pastor como o pai, imagine-se.

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"Sobrinho-bisneto de Vincent: "Todos temos um quarto, uma pequena casa em que vivemos. Ele pintou a vida de todos"

Willem van Gogh cresceu no meio dos quadros que o tio-bisavô, o famoso artista holandês, pintou. O seu avô era filho de Theo, irmão de Vincent. Foi para ele que van Gogh pintou "Amendoeiras em Flor".

Quando Willem era pequeno, os quadros de Vincent van Gogh decoravam as paredes de casa do avô, outro Vincent. Amendoeiras em Flor, o seu favorito, estava pendurado na sala de estar, ao lado de A Colheita, outra obra famosa do pintor holandês. O seu avô chamava a “Amendoeiras” o seu “pequeno quadro” — tinha sido pintado por van Gogh para celebrar o seu nascimento, a 31 de janeiro de 1890, e durante muitos anos decorou o seu quarto.

Vincent Willem van Gogh era o único filho de Theo, irmão de Vincent. Foi ele o responsável pela criação do Museu van Gogh, em Amsterdam que recebeu nos anos 70 a totalidade da sua coleção pessoal, composta por 200 pinturas, 700 desenhos e as cartas que Vincent tinha escrito a Theo. A coleção tinha ficado à guarda da sua mãe, Johanna, após a morte do seu pai. Theo van Gogh morreu poucos meses depois do irmão, em janeiro de 1891, deixando a Johanna, com quem tinha casado há pouco mais do que dois anos, tudo o que tinha em sua posse. Ela tornou-se uma importante divulgadora da obra do cunhado, cujo talento reconheceu desde início.

Willem van Gogh, o neto de Vincent Willem van Gogh, é um dos herdeiros deste legado. Membro da direção do Museu van Gogh, está há várias décadas envolvido na preservação e divulgação da obra do seu tio-bisavô através da fundação que tem o seu nome, à qual pertence a coleção que era da família. Além do nome e apelido, há quem veja nele outras semelhanças com o famoso van Gogh — as comparações são constantes, e Willem considera-as um elogio, uma vez que a única fotografia que se conhece de Vincent foi tirada quando este tinha apenas 19 anos.

O sobrinho-bisneto do pintor holandês esteve em Lisboa para a apresentação da experiência “Meet Vincent van Gogh”, que abre as portas esta sexta-feira no Terreiro das Missas, em Belém. Criada pelo Museu van Gogh para divulgar a vida e obra de Vincent fora de Amesterdão, a experiência pretende tornar o artista “acessível a muitas pessoas”, para que estas “apreciem a sua viagem e aprendam mais sobre ele”, como explicou, durante uma curta conversa com o Observador, Willem van Gogh.

Só se conhece uma fotografia de Vincent van Gogh, tirada quando tinha 19 anos. A imagem que persiste do pintor deve-se sobretudo aos seus autorretratos

Ele transferiu a coleção privada da família, composta por 200 quadros, 700 desenhos e todas as cartas para o seu irmão Theo, para as mãos de uma fundação, a The Vincent van Gogh Foundation.

Willem é neto de Vincent Willem van Gogh, filho de Theo, irmão do pintor. Foi Vincent Willem que herdou a coleção da família, hoje no Museu van Gogh

Johanna acabou por desempenhar um papel muito importante na história de Vincent. Foi ela que ficou com todos os quadros, as cartas.

Acho que não podemos subestimar o papel que ela desempenhou. Vincent só vendeu um quadro em vida.

Que quadro foi esse?

A Vinha Encarnada, que hoje faz parte da Coleção Pushkin. Pouco depois da morte de Vincent, [a 30 de março de 1853], Theo morreu. Apenas alguns meses depois. Ela era uma mulher jovem, de 28 anos, e tinha um filho de um ano. Ela tinha concordado com o marido que Vincent era um artista importante, então dedicou toda a sua vida a promover a sua arte. Organizou exposições com aquilo que tinha herdado do seu marido — 450 quadros — e vendou peças icónicas a colecionadores de arte e museus importantes. Por razões nostálgicas — porque a relação de Theo e Johanna durou apenas dois anos e meio —, começou a ler as cartas de Vincent ao marido e entrou no mundo dos dois irmãos. Ao fazer isso, reparou que eram de grande importância para a história de arte, porque eles começaram a sua correspondência antes de Vincent se tornar artista, aos 27 anos, e a última carta data de cinco dias antes da sua morte. Eles eram muito íntimos. Johanna decidiu editar as cartas e publicá-las. A primeira edição foi em 1914. Vincent escreveu sobre tudo — os seus desesperos, esperanças, a influência de outros artistas.

Sobre Gauguin, sobre Paul Signac, que também era um grande amigo. Como um professor canadiano disse: “É um documento sem paralelo na história de arte”.

O que é que sente quando lê aquelas cartas? São muito emotivas.

Sinto-me feliz quando o tom é feliz e sinto-me triste quando sinto que ele estava deprimido, tinha saudades do irmão, da família, dos amigos. Acho que são muito tocantes.

Na sua opinião, porque é que Vincent van Gogh permanece um artista tão popular? Porque é que gostamos tanto dele?

A publicação das cartas tornou Vincent famoso. Existem muitas pessoas que gostam de Vincent e a sua arte por causa da sua arte e da sua vida.

A fama de Vincent deve-se a duas coisas, à sua vida e à sua arte. Claro que a sua arte domina. Começou pouco anos depois da sua morte, no final do século XIX. Ele pintou quadros muito acessíveis. Usou cores vibrantes, retratou a vida do dia a dia e também o círculo da vida. Ele pintou a ceifeira, a debulhadora, e isso faz parte do círculo da vida. Todos nós fazemos parte dele. Todos temos um quarto, uma casa pequena em que vivemos. A muitos níveis metafóricos, ele pintou, na minha opinião, a vida de todos." Observador.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 20/09/2020
Reeditado em 20/09/2020
Código do texto: T7067950
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