O TEMPO DE CADA UM
Depois de tanto ouvir aqui ou acolá a frase: naquele tempo é que que era bom… e atrás dessa frase sempre um rosário de citações, sobre isso, sobre aquilo sobre tal coisa, etc., passei a pensar que não existe esse negócio de um tempo melhor que o outro, o que existe é o tempo de cada um. Cada tempo tem as suas vantagens e suas desvantagens.
Vai um exemplo para se pensar: quando eu era menino bem pequeno, ainda não existia o plástico; imagina você como seria hoje sem a sua existência. Ele surgiu e fez uma revolução na produção industrial. Tente descartar da sua vida tudo o que é feito com o plástico. Sobraria o quê? Aí está! Naquele tempo não existia essa horrível poluição que temos hoje, mas a vida, em certos aspectos era mais difícil.
No tempo dos meus avós, e até dos meus pais às vezes, os casamentos eram arranjados, a criança ainda pequena já tinha o seu casamento acertado, acerto entre famílias. Horrível do ponte vista atual, mas no contexto da época tinha as suas razões. Reunir patrimônios era uma forma de enfrentar as dificuldades de sobrevivência.
Sei lá! contavam e eu repasso do jeito que ouvi. Diziam que os namoros naquele tempo eram pelos buracos das fechaduras, ainda bem que as chaves eram bem grandes.
Lembro de um diálogo entre minhas duas irmãs que eram um pouquinho mais velhas que eu, menininhas, comentando o que nos diziam nossos pais sobre os casamentos arranjados, a preocupação delas era ter que se casar com alguém feio.
Certamente muitos se deram muito bem, pois talvez não tivessem a menor chance com aquela prima linda, ou com o primo bonitão, mas como já estava acertado, lucraram. O contrário também certamente que aconteceu. Dizem que a gente se acostuma com tudo.
Termino com uma frase que eu não gosto porque se embolorou no tempo, mas justamente por isso que vou colocá-la: “ Tanto cá como lá, maus fados há”.
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