No Japão I

Eu sempre dediquei a minha vida ao meu trabalho, tanto que faz mais de dez anos que estou sem tirar férias. Este negócio de descansar sempre me pareceu uma bela bobagem, por que vivemos em um universo de movimento contínuo. Fazer as coisas que eu gosto de fazer, como escrever, trabalhar no meu negócio, meditar e aprimorar o meu estado de consciência sempre me pareceram como o meu lazer, jamais uma obrigação.

Quando Célia me chamou para fazer o passei pelo Japão, pensei que: “isso é uma grande bobagem - O que o Japão poderia me oferecer para o meu desenvolvimento?”, esta era a pergunta que me fazia constantemente. Muito protelei por esta viagem. Achava correto que ela fizesse, por que é o seu sonho. No fim me decidi a vir junto com ela, apenas para satisfazer a sua vontade e tornar a sua viagem mais feliz.

A vida fica sem sentido quando fazemos as coisas apenas por nós mesmos, nos esquecendo dos outros, ela é antes de tudo altruísmo, amor, abnegação, que redunda em felicidade, pois apenas aquele que sabe dar de si o que lhe é mais caro é capaz de entender a realidade da vida eterna no espírito vivencial de Deus. Abrir mão dos nossos paradigmas em nome do amor é um grande sacrifício, uma grande dedicação.

No fim, estou me descobrindo em estado de felicidade. Aprendendo mais sobre a interação amorosa entre as pessoas, por que aqui eu desconheço totalmente o idioma e preciso muito do próximo para me auxiliar na comunicação e no entendimento físico, me aproximando mais ainda do outro em meu esforço espiritual. Tudo é uma interação, nós vivemos um sonho físico em alma, uma experiência espiritual no orbe.