SUIÇA, UM LUGAR DE SONHO.
Suiça, que adoro e minha mulher não tanto, cabe dentro do espírito Santo, já rodei de carro praticamente toda, as várias vezes que fui, na Itália o pedágio é permanente, na Suiça nenhum pedágio nem em grandes estradas, autoestrada, “Autobhan”, alemão, “autoroute” francês, línguas praticadas, mas o inglês resolve, tudo claramente sinalizado, sendo as estradas vicinais perfeitas, porém estreitas e onde ninguém ultrapassa ninguém mesmo sem faixa contínua. Ahhh, a educação... .
Milão, saio de lá dessa vez para a Suiça, fiz voo direto Rio/Milão, a primeira vez que fui saí da França, as duas de carro alugado. Não gosto muito de Milão, diríamos, a São Paulo da Itália, diferente da fantástica Toscana, Montepulciano por exemplo, onde se toma vinho com os copos antes de servir o “rosso” lavado com mosto de vinho na sua frente pelo garçom, incrível, e se tem o Nobile de Montepulciano, uva sangiovesi, minha preferida que tomo todo dia, que a mesma família faz acontecer tem mais de mil anos,e continua com sua vindima produzindo e se toma por quinze dólares (aqui R$ 1500 uma garrafa de Nobile, se achar) uma garrafa acompanhada do famoso queijo maturado pecorino, e para acabar de ser o próprio céu, se tropeça em artes nas ruas de suas cidades, paixão minha e de Thereza. Itália , Itália, berço da renascença.
Milão, tirando o Cimetieri Monumental de Milan com esculturas de Michelangelo monumentais nos túmulos de famílias ricas e nobres, o Scala, e o Grande Vitório Emanuelle, galeria gigantesca com abóbada de vidro em arte de ferro montada, o antiquíssimo shoping, sobra a egolatria local. Milão é local de sofisticação excessiva da moda onde é difícil comprar uma camisa de manga curta masculina.
Partimos para a Suiça Italiana como conhecida. Logo na divisa, bem dentro da cidade, em corredor largo de uns oito metros cobertos, entramos no tal corredor com carros em fila, alfândega de saída para a Suiça. Paramos e mostramos como obrigatório o passaporte.
E liberados fomos em frente. Ao sairmos devagar ao fim desse corredor coberto, alfandegário, uns 40 metros, rodando levemente o carro, ouço um barulho forte na mala do carro, como batidas com a mão; freio acionado. Falei: o que houve(?), um cidadão todo uniformizado com farda azul marinho, galões dourados nas ombreiras, etc, disse: o passaporte. Respondi rispidamente, já mostrei na entrada, disse ele, lá é Itália, aqui Suiça. Dei meu passaporte da comunidade europeia. Nem pediu o de Thereza, penso que se fosse o verdinho, hoje azul, ia ter coisa, contornável. Pediu desculpas e, para onde íamos, disse Lago de Como, Intelaken, etc. Desejou boa viagem.
E começamos a rodar passando por Lugano e outros rincões suiços com ar italiano ainda. E chegamos a Como beirando seu famoso e indescritível lago.
Lá ficamos dois dias, deslizamos por suas ruas pavimentadas de forma irreconhecível de enorme qualidade os pisos das calçadas e ruas. Lugar de gente muito rica, rica mesmo. Não se vê um carro mais ou menos fora das grandes marcas, as lojas esbanjam grifes e joias caríssimas. A nata italiana lá se refugia. Um recanto de finíssimo gosto. Restaurantes mil estrelas, todos.
Partimos no dia seguinte e passamos à vizinha Vila Panza, onde Giuseppe Panza, eminente jurista que enriqueceu em Nova Iorque, fundou uma Vila que é hoje um museu dos melhores abstratos da Itália, doada a propriedade ao Estado italiano, sem descendentes necessários como diz a lei, filhos e pais sobrevivos aos sucedidos. Já conhecia e brinco com os amigos, “vou entrar com uma ação para anular essa doação, um sobrinho longe pobre no Brasil e concessão de liberalidades por doação que a lei proibe, rsss. A Vila pode ser vista na internet. Mansão (hoje museu) com inúmeros quartos uma parte, que se presta a hotel também.
Rodamos à margem de rios e lagos azuis de tom do céu claro que desce das montanhas nevadas, neves eternas. Em alguns locais turmas de jovens aparelhados para descerem as corredeiras de canoa própria.
Quis ficar próximo a Interlaken, em hotel debruçado para o rio que cantava nas pedras pelo qual pssamos. Uma primeira briguinha, minha mulher disse “o destino é Interlaken”, falei estamos perto, retrucou, quero ficar na cidadezinha hospedada. Tudo bem, estou me distraindo. E chegamos. Meio gasto com a briguinha coloquei as malas no quarto e disse, vou lá fora. E sentei em bar em frente ao hotel na rua de movimento regular. Pedi cerveja. E fiquei assuntando. As mulheres altas, todas de bota ou meia bota. Um tanto menos femininas que as nossas, Era domingo. As botas são para subir as montanhas maravilhosas, programa de fim de semana. Sobem e descem de teleférico, Depois vimos a cena quando subimos aos montes.
Dando uma volta deparo com um moleton com o nome do lugar que iríamos no alto das montanhas, e lá nos hospedaríamos, GRINDEWALD, vale de Grindel. Um moleton que não se vê em lugar nenhum, tal a sua qualidade. Tenho outro de Orlando e um da insuportável Argentina que fui para nunca mais voltar. Entrei e comprei.
Faz anos, me serve até hoje, uma jaqueta confortável e fantástica. Inseparável em minhas viagens. Quando voltei ao quarto e mostrei minha mulher disse, bonito e muito bom, quanto pagou, disse 200 dólares. Muito caro..Não paga o serviço que me presta até hoje. Fora a qualidade, azul marinho com o brazão do Vale de Grindel. Colocou uma lã por baixo em local muito frio e ele, acabou, conforto geral.
E fomos mais tarde jantar e pedi um prato regional que nunca tinha comido e a curiosidade de gourmand aguçou; servo.
Gosto forte em caldo de carne com acompanhamento de batatas. Não gostei muito, mas comi. Nada de bater palmas. Continuo no próximo.