Perdidos no Espaço

Boa tarde meus 23 fieis leitores e demais 36 que de quando em vez passam por esta minha estação espacial literária a fim de ler crônicas anos-luz à frente da concorrência. Hoje estou uma "nau à deriva, no asfalto ou em alto mar, Perigo perigo, Perdidos no Espaço sideral", como na canção dos Engenheiros do Hawaii - sim, como já repararam, adoro os EH.

Jornada nas Estrelas, Perdidos no Espaço. Estamos mais para os segundos, nesse momento. Náufragos presos num planeta que nos é tanto estranho quanto inóspito, mantemos contato com esses perigosos alienígenas, os outros seres humanos que habitam o planeta e nos enxergam como intrusos. O segredo é ficar seguro dentro de nossa nave, a Júpiter, ou manter o distanciamento social e usar máscaras, sempre que o Robô alertar "Perigo, perigo!".

Por outro lado, Júpiter foi um deus grego que comeu o seu filho... Logo, metaforicamente, a nave também é um lugar, de certa forma, inseguro. Todo o cuidado é pouco! A neura é tanta que até o Meganha, que dorme ao meu lado enquanto pego sol aqui no pátio, me observa de soslaio com o seu olho felino, desconfiado. Vai que eu sou um clone, não é mesmo? Apesar de eu desconfiar seriamente de que nos dias que passam estamos sendo nós mesmos, o que é pior do que os nossos clones do cotidiano "normal". Nos transformamos terrivelmente em nós mesmos.

Eu sou a forma como eu me movimento pelo mundo, pois a forma como eu me movimento pelo mundo é ditada pela forma como eu vejo o mundo, pela minha "visão de mundo" e, logo, meu movimento me revela mais do que minhas palavras, ditas ou escritas. Perdidos no Espaço, assim, estamos todos, tanto os que tem dúvidas quanto os que tem certezas, pois o perigo é comum e pode matar a todos. Aqui em Charky City, o médico e o padre pegaram Covid-19 e os dois foram intubados e os dois sobreviveram. Outros 78 não tiveram a mesma sorte...

Eu, por meu turno, escrevo para o Recanto enquanto pego esse solzinho de fim de tarde com o Meganha e com o Blackfire, que está latindo. Será que ele está a informar "Perigo, perigo!", em "canino"? Deus meu, quanta neura, vou pra dentro da Júpiter tomar um café-preto bem passado: - Louise, meu amor! Passa um pretinho pra mim?

Sim, sou um cara mimado. Fui. Inté.

PS - O sr e a sra Bacamarte já voltaram do hospital há mais de 15 dias e estão bem. Ufa, não foram contaminados, meus velhinhos. Planeta perigoso e sinistro, esse.

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

Mais textos em:

http://charkycity.blogspot.com

(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina

Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".).

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 18/09/2020
Reeditado em 18/09/2020
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