Em termos musicais, o ano de 1974 foi um divisor no cotidiano de minha vida. Descobri ali o meu som. Vivia-se o auge da propagação mundial de um novel ritmo, chamado rock progressivo, entabulado por uns rapazes pra lá de prafrentex para aquela época, pelo menos para a tradição tupiniquim. Tempos antes disso, eu curtia adoidado os discos do Led Zeppelin, Rolling Stones, Deep Purple, Alice Cooper, Black Sabbatth, Aphrodite’s Child, Rick Wakemam e David Bowie. De gente assim eu tinha um montão de LPs. Os caras tinham singles maravilhosos e foram esses singles que me conquistaram.
Mas foi mesmo com hora marcada que tudo começou a mudar. Numa tarde de sábado daquele ano, vi pela primeira vez o PINK FLOYD, banda que já me havia sido apresentada sonoramente anos antes através dos bolachões de vinil, porém nunca os havia desfrutado num videoclipe (algo raríssimo naquele tempo). Aconteceu no programa de estréia do SÁBADO SOM, produzido pela TV Globo. Tratava-se do trabalho intitulado PINK FLOYD AT POMPEII, onde um clipe fora gravado nas ruínas de Pompéia, com algumas cenas dos integrantes do grupo caminhando por sobre as cinzas do Vesúvio. Via-se fumaça e bolhas de magma no chão e os andarilhos passavam se desviando desses perigosos obstáculos. Pareciam alienígenas em um planeta distante. Algo bastante surrealista e intrigante para o mundo da música de então. Sem dúvida foi assim que senti - pelos menos virtualmente e primitiva ocasião - a presença marcante daquela banda que nunca mais se afastou da minha vida. A faixa escolhida para a película foi ECHOES (Meddle, 1971) - que se inicia com a repetição do sinal sônico do fenômeno acústico produzido pelos ecos de um sonar -, o que contribuía sobremaneira para o clima indecifrável desejado para a formação de processos psíquicos no inconsciente dos fãs, inclusive, é claro, infectando instantaneamente a minha cabeça. De lá pra cá, perdi a conta dos milhares de vezes que, ano após ano, ouvi cada uma das músicas do grupo.
Desde então, aspirava vê-los pessoalmente em um show. Vivi fissurado nessa vontade, imaginando-a sempre como algo pertencente ao domínio do sonho. Inatingível. Além do real. A pretensão ficou praticamente impossível de realizar-se em sua totalidade uma vez que a banda separou-se em 1985. Embora, após uma briga judicial, o grupo remanescente, tenha seguido gravando e se apresentando. Simples assim. Venderam duas centenas de milhões de discos e separaram-se. Transformaram-se numa lenda do rock. Influenciaram o gosto musical de zilhões de fãs e, do nada, sobrestaram a própria vida. Agora, somente de modo muito infreqüente tocam algumas poucas músicas num repertório oportuno em concertos beneficentes de grande vulto mundial, como, por exemplo, no LIVE-8, em 2005 no Hyde Park londrino. Sobem no palco, fazem a performance e... Pronto! Acaba de novo. Vê-los juntos, ao vivo, completinha como uma verdadeira banda, tornou-se, então, eventualmente coisa para poucos privilegiados, lá do primeiro mundo. Por outro lado, o número enorme de videoclipes, documentários (oficiais e piratas), produzidos ao longo dos anos em que viveram coletivamente, deixa cada vez mais os apaixonados com anseio de vê-los. Some-se a isso, um documentário fantástico (com a participação dos quatro ex-integrantes), oficialmente produzido para celebrar o 30º aniversário de execução quase ininterrupta nas rádios do mundo todo, dos enigmáticos singles que compõem a verdadeira obra clássica da música contemporânea; o disco conceitual THE DARK SIDE OF THE MOON (1973). 40 milhões de cópias vendidas fazem com que seja - segundo a renomada publicação musical mensal Q Magazine -, “virtualmente impossível que se passe um minuto sem que ele (o disco) toque em algum lugar do planeta”.
Contudo, dois ex PINK FLOYD (eram quatro), deram continuidade às suas carreiras artísticas, na forma solo: Dave Gilmour e Roger Waters. Em verdade, os dois eram os mais dotados - depois da fase inicial do grupo com Syd Barrett (mentor absoluto da banda, tendo saído por conta das overdoses de drogas) -, os principais compositores e quem resolvia quase tudo do grupo. Seus shows, mundo afora, isoladamente carregam o espírito da banda. Às vezes, chegam a se reunir até três deles (os outros dois são: Nick Mason e Rick Wright) em uma mesma apresentação, capitaneados por Gilmour. Porém, uma coisa tem-se sempre certeza, são mega apresentações, como sempre fazia o PINK FLOYD. De tal modo, assistir hoje a uma apresentação de Gilmour ou de Waters é quase como se estivéssemos assistindo (de verdade) ao próprio PINK FLOYD. Eles disso fazem questão, sem cerimônias. Reproduzem os solos e arranjos tal qual constam nos discos, seguindo bem de perto a performance original, a fim de amenizar a ausência dos demais. E conseguem, Graças a Deus!
Por sorte, pura sorte mesmo - não podendo disso me dissociar - pude vir ao Rio de Janeiro para assistir na Praça da Apoteose a atual turnê de Roger Waters pela América Latina, com o show THE DARK SIDE OF THE MOON, lançado no ano passado quando da realização do ROCK IN RIO – LISBOA e já visto pelo público americano e europeu. A obra conta basicamente com as músicas que Roger compôs na época conceitual do PINK FLOYD, tais como; Breathe, Time, Money, In The Flesh, Another Brick in The Wall, Mother, Wish You Were Here e Us and Them, hits que teimam em não deixar as paradas de sucesso mesmo depois de tantos anos de lançados, parecendo mesmo coisa de lunáticos, além de outras composições da carreira solo dele, também de enorme aceitação pelo público.
Quanto ao show na Apoteose, é preferível não tecer-se comentários sob pena de omissão. Uma superaumentada omissão! É mesmo idiotice se escrever sobre o que não se pode explicar. Só sei que senti aquela mesma emoção de 1974. E, como anuncia a letra de Comfortably Numb (The Wall, 1979): Now I’ve got that feeling once again, I can’t explain you would not understand. Porém, alguns aspectos do megaevento valem o registro. O espaço, um verdadeiro dreamland turístico, ficou pequeno para acomodar o devaneio de uma multidão de 35 mil pessoas que permaneceu extasiada, durante aproximadamente 3 horas de espetáculo. O gigantesco palco armado de um lado ao outro da Apoteose, tinha a altura do arco projetado por Niemeyer e podia ser bem observado de todos os ângulos. Lá ao fundo da arena, do alto do Corcovado, o Cristo Redentor dava uma benção especial sobre um Rio de noite clara e limpa, depois de alguns momentos de chuva na boca da noite. Luzes especiais davam formas mutantes ao anfiteatro. Uns sem número de canhões de raios laser e telas de projeções de altíssima resolução, inclusive um telaço central, mostravam psicodélicas imagens metamórficas, bem ao gosto dos anos 70 e, hoje, tão comuns, em qualquer programa de reprodução de músicas do PC. Efeitos sonoros indescritíveis desenvolviam junto com as vozes e instrumentos um som quadrifônico, envolvente, que era capaz de ser sentido em todos os locais do amplo largo. Tal quadrifonia, oriunda de dois pares de acavaladas caixas de som penduradas por guinchos muncks em cada lado da praça, foi sobrelevada na abertura da fabulosa canção Time (Dark Side of The Moon, 1973). Tudo era computadorizadamente comandado, inclusive com a apresentação de um imenso prisma, símbolo magno do álbum THE DARK SIDE OF THE MOON, que surgiu na parte superior do palco, acompanhado de uma colorida projetação randômica de raio laser que passeava por sobre a platéia, analógico ao espectro desenvolvido pelo poliedro. Tudo isso na apresentação da mitológica composição Eclipse (idem, 1973). Não se pode, obviamente, olvidar do colossal e ditoso porco cor-de-rosa, marca registrada dos protestos político-sociais do PINK FLOYD, grafitado, em inglês e português, com expressões atuais contra opressões e violências no mundo, tais como: “Bush não estamos à venda” e “O medo constrói muralhas”. O porco (capa do disco ANIMALS, 1977), um balão cheio de gás hélio, sobrevoou o deslumbrado e frenético público antes de subir desapressado aos céus com suas mensagens de ordem libertária, durante a extravagante apresentação de Sheep (Animals, 1977). Houve até mesmo um literal DARK SIDE, quando um blecaute paralisou o show por dez minutos. No retorno ao palco, Roger com muita presença de espírito disse que alguém havia esbarrado no gerador, causando o problema. Vale lembrar que os geradores usados na produção tinham o tamanho de um ônibus. Só uma coisa acho que mister Waters não pensou. Que possui tantos fãs no Brasil. E que todos impressionantemente sabem cantar todas as músicas. Indescritível! De minha parte, chorei, por dentro e por fora, do início até o fim do show, e ainda me provoca emoção escrever estas linhas, lembrando de minha filha Mirella abraçada comigo na arquibancada cantando cada hit, vibrando e pulando mais do que eu. Com certeza aqueles rapazes britânicos continuarão ainda encantando os adolescentes de muitas gerações. Só eles bastam para assegurar a existência desse arrebatamento, hoje em extinção. Eles falam de paz, esse é um lado positivo que deve ser preservado. Aproveito para agradecer a Valéria (Always I Wished You Were Here) pela paciência e coragem com que enfrentou todos os percalços para satisfazer a minha quimera. Realizado o meu sonho, com tanta clareza e realidade, só me resta uma pergunta a fazer, fomentado pelo legendário enigma do Pink Floyd:
Existe mesmo o lado escuro da Lua?
RIO DE JANEIRO, 23 de março de 2007.
Mas foi mesmo com hora marcada que tudo começou a mudar. Numa tarde de sábado daquele ano, vi pela primeira vez o PINK FLOYD, banda que já me havia sido apresentada sonoramente anos antes através dos bolachões de vinil, porém nunca os havia desfrutado num videoclipe (algo raríssimo naquele tempo). Aconteceu no programa de estréia do SÁBADO SOM, produzido pela TV Globo. Tratava-se do trabalho intitulado PINK FLOYD AT POMPEII, onde um clipe fora gravado nas ruínas de Pompéia, com algumas cenas dos integrantes do grupo caminhando por sobre as cinzas do Vesúvio. Via-se fumaça e bolhas de magma no chão e os andarilhos passavam se desviando desses perigosos obstáculos. Pareciam alienígenas em um planeta distante. Algo bastante surrealista e intrigante para o mundo da música de então. Sem dúvida foi assim que senti - pelos menos virtualmente e primitiva ocasião - a presença marcante daquela banda que nunca mais se afastou da minha vida. A faixa escolhida para a película foi ECHOES (Meddle, 1971) - que se inicia com a repetição do sinal sônico do fenômeno acústico produzido pelos ecos de um sonar -, o que contribuía sobremaneira para o clima indecifrável desejado para a formação de processos psíquicos no inconsciente dos fãs, inclusive, é claro, infectando instantaneamente a minha cabeça. De lá pra cá, perdi a conta dos milhares de vezes que, ano após ano, ouvi cada uma das músicas do grupo.
Desde então, aspirava vê-los pessoalmente em um show. Vivi fissurado nessa vontade, imaginando-a sempre como algo pertencente ao domínio do sonho. Inatingível. Além do real. A pretensão ficou praticamente impossível de realizar-se em sua totalidade uma vez que a banda separou-se em 1985. Embora, após uma briga judicial, o grupo remanescente, tenha seguido gravando e se apresentando. Simples assim. Venderam duas centenas de milhões de discos e separaram-se. Transformaram-se numa lenda do rock. Influenciaram o gosto musical de zilhões de fãs e, do nada, sobrestaram a própria vida. Agora, somente de modo muito infreqüente tocam algumas poucas músicas num repertório oportuno em concertos beneficentes de grande vulto mundial, como, por exemplo, no LIVE-8, em 2005 no Hyde Park londrino. Sobem no palco, fazem a performance e... Pronto! Acaba de novo. Vê-los juntos, ao vivo, completinha como uma verdadeira banda, tornou-se, então, eventualmente coisa para poucos privilegiados, lá do primeiro mundo. Por outro lado, o número enorme de videoclipes, documentários (oficiais e piratas), produzidos ao longo dos anos em que viveram coletivamente, deixa cada vez mais os apaixonados com anseio de vê-los. Some-se a isso, um documentário fantástico (com a participação dos quatro ex-integrantes), oficialmente produzido para celebrar o 30º aniversário de execução quase ininterrupta nas rádios do mundo todo, dos enigmáticos singles que compõem a verdadeira obra clássica da música contemporânea; o disco conceitual THE DARK SIDE OF THE MOON (1973). 40 milhões de cópias vendidas fazem com que seja - segundo a renomada publicação musical mensal Q Magazine -, “virtualmente impossível que se passe um minuto sem que ele (o disco) toque em algum lugar do planeta”.
Contudo, dois ex PINK FLOYD (eram quatro), deram continuidade às suas carreiras artísticas, na forma solo: Dave Gilmour e Roger Waters. Em verdade, os dois eram os mais dotados - depois da fase inicial do grupo com Syd Barrett (mentor absoluto da banda, tendo saído por conta das overdoses de drogas) -, os principais compositores e quem resolvia quase tudo do grupo. Seus shows, mundo afora, isoladamente carregam o espírito da banda. Às vezes, chegam a se reunir até três deles (os outros dois são: Nick Mason e Rick Wright) em uma mesma apresentação, capitaneados por Gilmour. Porém, uma coisa tem-se sempre certeza, são mega apresentações, como sempre fazia o PINK FLOYD. De tal modo, assistir hoje a uma apresentação de Gilmour ou de Waters é quase como se estivéssemos assistindo (de verdade) ao próprio PINK FLOYD. Eles disso fazem questão, sem cerimônias. Reproduzem os solos e arranjos tal qual constam nos discos, seguindo bem de perto a performance original, a fim de amenizar a ausência dos demais. E conseguem, Graças a Deus!
Por sorte, pura sorte mesmo - não podendo disso me dissociar - pude vir ao Rio de Janeiro para assistir na Praça da Apoteose a atual turnê de Roger Waters pela América Latina, com o show THE DARK SIDE OF THE MOON, lançado no ano passado quando da realização do ROCK IN RIO – LISBOA e já visto pelo público americano e europeu. A obra conta basicamente com as músicas que Roger compôs na época conceitual do PINK FLOYD, tais como; Breathe, Time, Money, In The Flesh, Another Brick in The Wall, Mother, Wish You Were Here e Us and Them, hits que teimam em não deixar as paradas de sucesso mesmo depois de tantos anos de lançados, parecendo mesmo coisa de lunáticos, além de outras composições da carreira solo dele, também de enorme aceitação pelo público.
Quanto ao show na Apoteose, é preferível não tecer-se comentários sob pena de omissão. Uma superaumentada omissão! É mesmo idiotice se escrever sobre o que não se pode explicar. Só sei que senti aquela mesma emoção de 1974. E, como anuncia a letra de Comfortably Numb (The Wall, 1979): Now I’ve got that feeling once again, I can’t explain you would not understand. Porém, alguns aspectos do megaevento valem o registro. O espaço, um verdadeiro dreamland turístico, ficou pequeno para acomodar o devaneio de uma multidão de 35 mil pessoas que permaneceu extasiada, durante aproximadamente 3 horas de espetáculo. O gigantesco palco armado de um lado ao outro da Apoteose, tinha a altura do arco projetado por Niemeyer e podia ser bem observado de todos os ângulos. Lá ao fundo da arena, do alto do Corcovado, o Cristo Redentor dava uma benção especial sobre um Rio de noite clara e limpa, depois de alguns momentos de chuva na boca da noite. Luzes especiais davam formas mutantes ao anfiteatro. Uns sem número de canhões de raios laser e telas de projeções de altíssima resolução, inclusive um telaço central, mostravam psicodélicas imagens metamórficas, bem ao gosto dos anos 70 e, hoje, tão comuns, em qualquer programa de reprodução de músicas do PC. Efeitos sonoros indescritíveis desenvolviam junto com as vozes e instrumentos um som quadrifônico, envolvente, que era capaz de ser sentido em todos os locais do amplo largo. Tal quadrifonia, oriunda de dois pares de acavaladas caixas de som penduradas por guinchos muncks em cada lado da praça, foi sobrelevada na abertura da fabulosa canção Time (Dark Side of The Moon, 1973). Tudo era computadorizadamente comandado, inclusive com a apresentação de um imenso prisma, símbolo magno do álbum THE DARK SIDE OF THE MOON, que surgiu na parte superior do palco, acompanhado de uma colorida projetação randômica de raio laser que passeava por sobre a platéia, analógico ao espectro desenvolvido pelo poliedro. Tudo isso na apresentação da mitológica composição Eclipse (idem, 1973). Não se pode, obviamente, olvidar do colossal e ditoso porco cor-de-rosa, marca registrada dos protestos político-sociais do PINK FLOYD, grafitado, em inglês e português, com expressões atuais contra opressões e violências no mundo, tais como: “Bush não estamos à venda” e “O medo constrói muralhas”. O porco (capa do disco ANIMALS, 1977), um balão cheio de gás hélio, sobrevoou o deslumbrado e frenético público antes de subir desapressado aos céus com suas mensagens de ordem libertária, durante a extravagante apresentação de Sheep (Animals, 1977). Houve até mesmo um literal DARK SIDE, quando um blecaute paralisou o show por dez minutos. No retorno ao palco, Roger com muita presença de espírito disse que alguém havia esbarrado no gerador, causando o problema. Vale lembrar que os geradores usados na produção tinham o tamanho de um ônibus. Só uma coisa acho que mister Waters não pensou. Que possui tantos fãs no Brasil. E que todos impressionantemente sabem cantar todas as músicas. Indescritível! De minha parte, chorei, por dentro e por fora, do início até o fim do show, e ainda me provoca emoção escrever estas linhas, lembrando de minha filha Mirella abraçada comigo na arquibancada cantando cada hit, vibrando e pulando mais do que eu. Com certeza aqueles rapazes britânicos continuarão ainda encantando os adolescentes de muitas gerações. Só eles bastam para assegurar a existência desse arrebatamento, hoje em extinção. Eles falam de paz, esse é um lado positivo que deve ser preservado. Aproveito para agradecer a Valéria (Always I Wished You Were Here) pela paciência e coragem com que enfrentou todos os percalços para satisfazer a minha quimera. Realizado o meu sonho, com tanta clareza e realidade, só me resta uma pergunta a fazer, fomentado pelo legendário enigma do Pink Floyd:
Existe mesmo o lado escuro da Lua?
RIO DE JANEIRO, 23 de março de 2007.