A inteligência emocional é conceito oriundo da Psicologia que se refere à capacidade de reconhecer e avaliar os próprios sentimentos e os dos outros, assim como a habilidade de lidar com estes.
Trata-se de competência responsável por grande parte do sucesso profissional e da capacidade de liderança humana. A designação mais remota do termo vem de Charles Darwin quando se referiu sobre a relevância da expressão inteligência emocional para a sobrevivência e adaptação da espécie.
Mas a expressão "inteligência emocional" é tão contraditória quanto outras que ganharam força na linguagem da sociedade da informação, como "capital humano", "gestão do conhecimento" e "capital social”.
Afinal, é a inteligência que disseca a emoção, a quantifica e controla ou é a emoção que vira a inteligência pelo avesso, apresentando dialéticas, poéticas, éticas, estéticas? A emoção transforma o sujeito ou nada mais é que um objeto a mais num sistema dominado pela inteligência?
Apesar de que as tradicionais definições sobre inteligência enfoquem os aspectos cognitivos, tal como memória e resolução de problemas, vários pesquisadores conhecidos estão a reconhecer também a importância de aspectos não-cognitivos.
Ainda em 1920, Robert Thomdike, da Universidade de Columbia utilizou o termo "inteligência social" para indicar a capacidade de compreender e motivar os outros.
Em 1940, David Wechsler descreveu a influência de fatores não-intelectuais sobre o comportamento humano considerado inteligente, e, ainda defendeu, que nossos modelos de inteligência não estariam completos até que tais fatores pudessem ser formalmente descritos.
Com o advento da teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner em 1983, introduziu-se a noção de incluir tanto os conceitos de inteligência intrapessoal quanto interpessoal (capacidade de compreender as intenções, motivações e desejos dos outros).
Afinal, os indicadores de inteligência como o QI não explicam completamente a capacidade cognitiva. Assim, embora as normas e dados ao conceito tenham variado bastante, existe uma crença comum de que as definições tradicionais de inteligência não dão uma explicação completa sobre as suas características.
Registre-se que o primeiro uso do termo é atribuído à Wayne Payne, em sua tese de doutoramento, em 1985 apesar de que o mesmo termo já era citado em textos de Hanskare Leuner em 1966.
Stanley Greenspan igualmente a apresentou em 1989 um modelo de inteligência emocional que foi seguido por Peter Salovey e John D. Mayer (1990) e Goleman (1995). Enfim, a expressão se tornou o tema de diversos livros, principalmente best-sellers e, abrigou uma infinidade de debates tanto na mídia televisiva como na academia e mesmo nas empresas.
O interesse fora despertado pelo livro intitulado "Inteligência Emocional" de Daniel Goleman que era redator de Ciência do The New York Times, em 1995. Nesse mesmo ano, o tema capitaneou a capa da edição de outubro da Revista Time e perguntava: Qual é o seu QE?
Onde havia um relevante artigo assinado por Nancy Gibbs sobre a obra de Goleman e despertando o interesse de todos. E o tema passou a atrair entidades acadêmicas e periódicos populares.
O psicólogo da Universidade de Harvard Richard Hermstein e o cientista político Charles Murray lançou controvérsia sobre o QI. E, segundo tais autores, a tendência era que a sociedade moderna se definia baseada na inteligência, não pelo poder aquisitivo ou por classes sociais.
O que causou enorme polêmica e indignação por boa parte de setores da sociedade. Principalmente, quando se afirmou que sobre a quantidade de inteligência haveria diferenças entre as diferentes etnias.
Entre os conceitos da inteligência emocional, Salovey e Mayer aduziram que: "a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros".
Tais estudiosos a dividiram em quatro domínios distintos, a saber: a) percepção de emoções; b) uso das emoções; c) entender as emoções; e d) controle e transformação da emoção[1].
Assim, Salovey e Mayer definem a inteligência emocional dentro desses quatro domínios pensando em promover não só a inteligência emocional, como também um crescimento intelectual.
Para os estudiosos, os indivíduos que possuem uma inteligência emocional elevada são capazes de gerenciar as suas emoções com precisão, conseguem lidar melhor com questões sociais e não se envolvem em comportamentos problemáticos e vícios, como elucidam os autores in litteris:
"O indivíduo de inteligência emocional elevado, mais centralmente, pode perceber melhor as emoções, usá-las no pensamento, entender seus significados e gerenciar emoções, do que outras. Resolver problemas emocionais provavelmente requer menos esforço cognitivo para esse indivíduo. A pessoa também tende a ser um pouco mais elevada nas inteligências verbais, sociais e outras, particularmente se o indivíduo tiver uma pontuação mais alta na porção de emoções compreensivas da inteligência emocional. O indivíduo tende a ser mais aberto e agradável que os outros. A pessoa com alta inteligência emocional é atraída por ocupações que envolvem interações sociais como ensino e aconselhamento mais do que para ocupações envolvendo tarefas administrativas. O indivíduo de inteligência emocional elevado, em relação a outros, é menos apto a se envolver em comportamentos problemáticos e evita comportamentos autodestrutivos, comportamentos negativos, como fumar, beber em excesso, abuso de drogas e episódios violentos com outras pessoas". (Mayer, Salovey, 1997).
Daniel Goleman definiu a inteligência emocional como: “capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos".
É o maior responsável pelo sucesso ou não dos indivíduos. Recorda que a maioria das situações de trabalho é envolvida por relacionamentos entre as pessoas e, desse modo, pessoas com qualidades de relacionamento humano, tais como afabilidade, compreensão gentileza têm maiores chances de obter o sucesso e êxito.
Segundo Goleman, a inteligente emocional é classificada em cinco habilidades, a saber: a) autoconhecimento emocional; b) controle emocional; c) automotivação; d) reconhecimento de emoções em outras pessoas; e, e) habilidade em relacionamentos interpessoais.
As três primeiras habilidades são intrapessoais enquanto que as duas derradeiras, são interpessoais. Tanto quanto as primeiras são essenciais para o autoconhecimento, estas últimas, são mais importantes para a organização de grupos, negociação de soluções, empatia e sensibilidade social.
Os testes tradicionais medem a capacidade cognitiva da pessoa. Já os de inteligência emocional baseados na habilidade, são passíveis de interpretações subjetivas do comportamento.
O maior problema enfrentado quando se trata de mensura de inteligência emocional é como avaliar as respostas "emocionalmente mais inteligentes". Como, afinal, uma pessoa pode resolver situações que envolvem componentes emocionais de diversas maneiras?
Em verdade, o melhor conceito é a metainteligência emocional que vai além, pois além de descrever ou reconhecer os próprios sentimentos, e os dos outros, sabe lidar com estes. E, assim, há uma estratégia futura, prospectando um estado desejado que se faz ao mesmo tempo de parâmetro e estímulo.
Assim, a metainteligência emocional é metodologia de autoconhecimento com bases em Psicologia, PNL, Filosofia, Coach e neurociência que tem como fito ajudar as pessoas a ajustarem o direcionamento das suas vidas, não somente pela meta que querem atingir ou pelo sonho que querem concretizar, mas, principalmente pelo redescobrimento da sua essência.
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Nossa meta jamais deve ser eliminar a emoção, mas sim, encontrar um equilíbrio inteligente entre a razão e a emoção. QI e QE Para Goleman, o coeficiente intelectual (QI) contribui com apenas 20% do nosso sucesso na vida – os 80% restantes são o resultado da inteligência emocional, que inclui fatores como a habilidade de se auto motivar, a persistência, o controle dos impulsos, a regulação do a regulação do humor, empatia e esperança.
O QI e a inteligência emocional (QE) não são habilidades opostas – mas trabalham de forma separada. É possível ser intelectualmente brilhante, mas emocionalmente inapto e esse tipo de desalinhamento causa os maiores problemas na vida das pessoas.
Referências
THORNDIKE, R.K. (1920). Inteligência e seus usos". Harper's Magazine, 140. 227-335p.
GARDNER, Howard. "Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences". New York: Basic Books, 1983.
SMITH, M.K. (2002). Howard Gardner and multiple intelligences. The Encyclopedia of Informal Education. Outubro de 2005.
PAYNE, W. L. (1983/1986) A study of emotion: developing emotional intelligence, self integration, relating to fear, pain and desire. Dissertation. University microfilms, número AAC 8605928.
GOLEMAN, Daniel. Emotional intelligence. New York: Bantam Books, 1995.
_____________. Inteligência Emocional.
______________. Emotional Intelligence: Why it can Matter More Than IQ.
GOTTMAN, John. Inteligência Emocional e a Arte de Criar Nossos Filhos.
LOPES, Rosimeri Bruno. As Emoções. Psicologado, [S.l.]. (2011). Disponível em https://psicologado.com.br/psicologia-geral/introducao/as-emocoes . Acesso em 16 Set 2020.
MAYER, J.D.; SALOVEY, P. (1997) What is Emotional Intelligence? In P. Salovey e D. J. Sluyter (Eds) Emotional Development and Emotional Intelligence. New York: Basic Books., 1997.
GREWAL, Daisy; SALOVEY, Peter. Emoção - a outra inteligência. New York: Scientific American, n/d.
MIRANDA, Roberto Lira. Além da Inteligência Emocional.
SALOVEY, Peter; SHIYTER, David J. Emotional Development and Emotional Intelligence: Educational Implicates.
SCHWARTZ, Gilson. Inteligência Emocional. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1065u3.shtml Acesso em 16.9.2020.
SEGAL, Jeane. Raising Your Emotional Intelligence: A Pratical Guide.
[1] Emoção é uma sensação física e emocional que é provocada por algum estímulo, que pode ser um sentimento ou um acontecimento. ... Uma das teses mais conhecidas é do psicólogo Robert Plutchik, que diz que o ser humano tem oito emoções: confiança, alegria, tristeza, medo, raiva, surpresa, aversão e antecipação.