Hei Nemilson!

Por Nemilson Vieira (*)

É bom viver numa terra distante da nossa e de repente encontrar um conterrâneo, um conhecido… Por aqui já tive essa experiência algumas vezes.

Numa ocasião, um amigo meu de Campos Belos (GO), o Sr. Ivan Almeida Murta e o filho primogênito, visitaram-me, numa república onde morei por algum tempo, no Barro Preto, capital mineira. — Fiquei numa alegria daquelas!

Ainda a residir na área central, fui às compras dumas vestimentas…

Passei na Mesbla-Magazine (uma loja de departamentos) extinta em 1999, esquina da Av. Afonso Pena com a Rua Curitiba.

Não agradei das roupas que vi por lá e dirigi-me a outra loja, a C&A. — Ainda em operação no mercado.

Segui pela Rua dos Tupinambás, no sentido Zona Sul da cidade; abaixo da Praça Sete, no cruzamento com a Av. Amazonas ouvi alguém a chamar-me, aos 'berros'.

'Hei Nemilson!'…

Parei para ouvir direito a pessoa, nos seus apelos, identificar de onde vinham os chamados.

Mais próximo da voz, à minha frente, estava um moço junto duma banca de frutas, naquela repetição do meu nome.

'Hei Nemilson!'…

“Que bom! Se for um conhecido meu, lá do nordeste de Goiás, vai ser legal demais.” — Pensei.

Caminhei um pouco mais ao possível interlocutor com os sentidos apurados… A voz insistiu a chamar-me.

'Hei Nemilson!'

Daí a minha “fixa caiu duma vez”.

Não se tratava de um campos-belense, um conhecido qualquer e sim dum vendedor de mangas. Ao oferecer as suas frutas num dizer.

'Três-é-mil!' (Três magas por mil cruzeiros) e eu a entender ser, Hei Nemilson!

Deixei os brados comerciais do empreendedor para trás e segui o meu destino um tanto sem graça, meio melancólico até…

A pensar comigo. 'Tenho vivido, mas, sofrido também.'

Quanto a “selva de pedra” Belo Horizonte, continua bonita, atraente, cheia dos seus encantos, mas, tão estranha para mim!

*Nemilson Vieira de Morais

Gestor Ambiental/ Acadêmico Literário.