O que aprendi com os cabelos de Amanda (BVIW)
Corujo Amanda desde o nascimento: carequinha, primeiro cachinho, cabeleira volumosa. É a afilhada que nasceu pra ensinar a madrinha a viver. No primeiro contato vi isso. Peguei-a no colo e disse: - Olhe aqui sua dinda. Ela fitou-me em criancês - só meus olhos. Sua leitura primeira seria a da essência.
Na fase de sair com as amigas, lá estava eu:- Seu cabelo, dinda arruma, tá? E aí outro aprendizado. Ela nunca perguntou: - Você sabe arrumar? Eu mal ligava o secador, e ela: Nossa! Tá ficando lindo. Atitudes semelhantes eram constantes: Tá ótimo, vai assim mesmo! Não adiantava retrucar:- Falta secar uma mecha! E a franja!? - Não, não, as meninas já estão lá. Chegar ao show atrasada, nem pensar.
Um dia, enfim, ela permitiu-me ajeitar os cabelos com perfeição. Fiquei feliz, mesmo porque eu iria também, acompanharia o sucesso dos cabelos de fio a pavio. Fomos. Onde os cabelos da Amanda iam, eu ia.
Ela foi ao banheiro, retocou o batom, conferiu o sorriso, secou o suor e pronto. Nem lembrou-se de cabelo. Voltou a dançar, conversar olhando nos olhos das pessoas como sempre fez.
Aprendi com os cabelos dela que a melhor forma de aprontar-se para uma festa é ir ao salão da beleza interior, para que não fallte o detalhe principal: entusiasmo.