E se Deus usa dentadura...
Tá! Os velhinhos sorridentes conservadores venceram. Considerando suas rugas vencedoras, vou tentar escrever politicamente correto para não acarretar mais ereções de conservadorismo em leitores excitados por doses de reacionarismo à base de drogas comportamentais ultrapassadas - mesmo sabendo que muitos gostam mesmo é de uma caça pueril e juvenil às ninfetas de plantão... O que não engravida, apenas frutica!
E depois dos sessent’anos, tem velhinhos fruticando mais do que imberbe marombeiro, enganado como dono do pedaço: culpa da politicamente correta pílula da ereção de consolo. O anedotário são duas ou mais camisinhas desenroladas para impressionar o lavador do piso da gala seca dos quartos de motéis. E já penso na minha triste sina orgânica ante ao tempo: ...encolherei, mas não deixarei de frutricar neste céu, "Nem que seja a porrete!"
Pronto, estraguei o texto. Esta vontade de escalpar e afrontar os “Eu gênio” da vida vive estragando meu 'mal' português. Fazer o quê! Diante do politicamente correto, que tenta de praxe - dentro de conceitos sociológicos – ser padrão de boa conduta, corro risco de não atender aos padrões de escrivaninha cult. Assim nunca serei convidado a uma noite de gala com entrega de títulos de mérito por uma sociedade asfixiada por escritores puxa-saquistas: não esqueçamos que boas condutas gostam mesmo e de travestir-se dentro de quatro paredes. De preferência, pelados de seus conceitos...!
Meio dia, sol a pique. Ali estava um senhor que não me deixaria contrariar meus fatos. Sinto muito leitor, mas agora não posso atender aos apelos dos velhinhos castradores de cérebros anarquizados - desculpe a analogia! Encarei o senhor de frente: homem simples, barba branca rumo ao queixo, mãos calejadas no cavar da terra, uma fisionomia profética... Diante dos curiosos, uma quietude de dá dó. Mas um seu sorriso escancarado, literalmente fora do corpo, mostrava-me o paradoxo dos paradigmas dps que merecem receber títulos de merecimentos por ações de probidade administrativa e comportamentos sociais junto à sociedade politicamente correta e... Ah! Deixa pra lá, essa baboseira toda.
O asfalto quente parecia não incomodá-lo, diferentemente dos exaltados com títulos de honra que preferem o ar condicionado das cavernas dos conchavos políticos – ou você nunca viu grupinhos reunidos nos “Cafés” dos shoppings armando suas artimanhas políticas, sociais... Opa! “...conversando, com seus companheiros, suas vivências idôneas comportamentais...”
- É Seu Zé Edwiges, aposentado. Vende vale lá no troca-troca - Um simples Zé, representando uma situação de encontro inevitável de muitos Joãos , Marias...
Naquele momento, de sublime apresentação, nada o incomodava. Na roupa surrada parecia estar escrito: “...este nunca recebeu - nem receberá - um título de honra ao mérito...” Ela apenas ficará lembrado pela pieguice da representatividade política de honra ao povo simples através de paradigmas históricos ultrapassados: a lavadeira e o vaqueiro desdentados sempre representarão a humildade do nosso povo... Haja porrete para tanta demagogia!
O povo se afastando. A glória da fuga do anonimato durando apenas na curta curiosidade do infortúnio. No jornaleiro, em frente, a última notícia na coluna social do glamour da noite passada: Relação dos homenageados com medalhas do Mérito Legislativo.
O carro-fúnebre segue levando o corpo enquanto o motorista atropelador liga para seu velho advogado: ambos detentores de vários títulos de méritos na vida.
Um garoto de rua apanha o sorriso do velhinho ao lado e busca algum vestígio de ouro para ser trocado por droga.
Até mais ler pelos sorrisos desdentados da vida!