BEIÇOLA

Eu prefiro chamá-lo de Silvinho, meu mano, o quarto lá de casa duma penca de nove irmãos, seis homens e três mulheres. De todos nós, foi o

que mais assimilou do Velho Rêgo o gosto e a paixão pelo futebol, jogan-

do bola desde guri na equipe de dentes-de-leite do "Rena", chegando aos

juvenis do "Cruzeiro Esporte Clube", onde foi craque revelação no campeonato mineiro de 1962.

Nessa época, o famoso Natal, veloz ponta direita do time estrelado e da "Seleção Brasileira", era reserva seu no "Cruzeiro Esporte Clube".

Rápido, insinuante, driblador e dono de um chute potente (com ambas

as pernas), o mano Silvinho assinou seu primeiro contrato profissional

com o"Nacional de Uberaba", destacando-se, ainda menino, na ponta-esquerda do time uberabense e, por ele, chegando à Seleção Mineira e

formando ala com Tostão, enfrentando e vencendo paulistas e cariocas

no "Mineirão" e enchendo os olhos de um dirigente cruzmaltino, Dr. Rei-

naldo Reis, que o levou para o VASCO DA GAMA, onde teve gloriosa car-

reira de 1968 a 1970.

Titular absoluto, foi Vice-Campeão carioca em 1968, quase invicto, per-

dendo apenas a final para o Botafogo (4x1 no Maracanã). Fui lá e vi esse

jogo. Fenomenal!...

Saiu do Vasco e retornou ao futebol das Alterosas, sendo, pelo "Améri-

ca", vice-campeão em 1970, dirigido por Orlando Fantoni, em 1970. Em

1971 transferiu-se para o "Vila Nova" de Goiás, onde se sagrou campeão

goiano da temporada. Estava jogando o fino. A seguir, foi emprestado ao

"Fortaleza" do Ceará em 1973. Seu time foi o quarto colocado no brasilei-

rão daquele ano. Retornou ao "Vila Nova" e encerrou prematuramente a

carreira, em pleno vigor físico e técnico, mas "saturado" de bola, segundo

ele próprio. Todavia, o amor pela bola jamais o afastou dos campos e, até hoje, bate suas "peladas" com amigos do plano espiritual.

"- Vai lá, mano, enfrente os zagueiros, drible e arrebente a rede do an-

tagonista! O Velho Rêgo e a Dona Flaviana estão lá de cima, nos planos

superiores, abençoando você e os seus. Eles são a sua força e nós tam-

bém, seus irmãos, viúva e filhos, que os amamos muito!...

-o-o-o-o-

B.Hte., 15/O9/20