CONJUGAÇÃO DA DESPEDIDA

Possivelmente ficamos tanto tempo assim juntos porque eu precisava de você; e você do meu jeito; ao menos naquele momento... naquela época. Não há culpa em nenhum lado, eu forcei nós a minha imagem e a ser quem eu gostaria que fosse. Concordamos que me agradou em inteiros e longos momentos, tudo bem que desde o começo mostrasse bem submissa, ardente e espantada com o que lhe proporcionei. Por quanto isso e muito mais não houve culpa, é preciso frisar isso o quanto for necessário. Foi um desastre de encantamentos porém ninguém de certo perdeu tempo de nada. Os de fora certo é que nunca entenderam nossa linguagem, os trejeitos e a vontade de sermos distantes dos nossos.

Fato que tínhamos tanta certezas e dizíamos tanto com o olhar... prova talvez de uma construção digna, um filamento de sermos humanos, de tudo o quanto nos rodeou. Era impossível algo ferir, caluniar o meu e seu coração. Cabia em mim sua totalidade e liberdade; avista da minha crença atormentante em não falar o que sentia, mas via minha imagem enclausurada. Uma petição de amar e descobrir o rompimento do amor, saberia no entanto ser mais viável sozinho; no entanto não mais feliz.

Lembro de todo tempo e qualquer momento ao seu lado. Honestamente não peço remédios que me curem destas memórias, tentando acertar é que se erra. Tentando viver tende a morrer. O medo também aqui falha em todos os âmbitos, o resto de tolos preceitos a nos afastar, a nos entreter da imensidão que mora em nós. Hoje durmo tarde coisa que não fazia, continuo pensando demais em coisas que jamais acontecerão.

Sua libertada entendo que é sua liberdade. Seus caminhos são seus caminhos, as dores - são tudo problemas teus... não posso pedir tantas vezes como aconteceu, pensei que fosses minha novamente. Errei novamente. Sempre segurei e cuidei melhor dessas coisas - li em voz alta para acabar com o silêncio. Me arrependo que essa página acabou e como sabes: filmes e livros não repito novamente, um gole é um gole, não há o que repeti-lo. Mas faria amor com você todas as noites; na luz alta também do meio-dia; com fome ou satisfeito de barriga. Bem ou não com seu corpo eu faria. Tornaria as coisas que odeio virar rotinas, coisas como levantar tarde e não gostar do frio à amar dirigir. Findando as linhas dos papéis para descansar as vistas, dói pensar por que assim acabaste, cansaste, entristecemos possivelmente. Trocaria pois seria mais interessante o "provavelmente" ou mentimos apenas nessas condições.

Agora vá - está completamente feita! Feita até o fim, encontramos nesse instante perfeição em sua moralidade, destino no seu caráter e sintonia entre você e o mundo que queira ter. Não é mais minha; eu também não te pertenço mais. Sabemos que nos fizemos, não tive a mesma sorte que você - nunca vi ferramenta de ninguém sobre mim, - uma construção, um re-existir. Sumo diversas horas de dias bonitos, um céu é pouco para respirar a vida que perdemos juntos e que, vamos encontrar em outros tantos universos quebrados. Completamente mudamos, não poderia terminar de uma forma diferente. Voa pássaro, corre onça, nada peixe... brilha sol. Busque o que agora pode buscar, uma lua maior, uma planície confortável aos olhos e ao nariz. Divirta-se com as coisas que você aprendeu a enxergar e que se tornaram bonitas novamente.