SAUDADES SIM, TRISTEZA NÃO.

Os ponteiros do relógio não param.

Eles movem o tempo, o mundo, as ações, implacável ele nunca para. Alguns relógios podem até parar de se mover, ponteiros podem quebrar e ficar inertes, indiferentes ao tempo, mas, o tempo não fica indiferente ao ponteiro parado, ele continua sua eterna caminhada rumo ao infinito.

Somos apenas instantes dentro desse tempo, momentos em suas engrenagens.

A vida passa velozmente diante de nossos olhos.

As nossas temporárias conquistas passam, algumas tristezas e alegrias passando e se sobrepondo umas às outras… já dizia Salomão que tudo é vaidade, entretanto, de tantas coisas que passam e das que ficam, levamos conosco apenas a essência e o aprendizado de cada uma delas. Em nossa caminhada nessa vida deixamos pegadas, nossa marca como ser humano.

Que marca você quer deixar?

As palavras não podem definir com exatidão algumas marcas deixadas em nossas vidas e as que deixamos também, ainda mais quando essas, são desenhadas no coração, através de um espontâneo sorriso, da simples presença, do carinho, da amizade sincera, do companheirismo.

Escrevo esse texto com o coração dolorido, hoje, domingo, décimo terceiro dia do mês de Setembro, faz oito dias do falecimento de uma grande amiga. Pois essa amiga, muito querida de mim e de minha esposa, deixou a sua marca em nossos corações. Hoje ela está com o senhor, descansando nos braços do pai. Ficaremos com saudades, levaremos em nossas memórias as lembranças dos bons momentos, das vezes que sorrimos, e das que fizemos sorrir também.

A vida não é o fim do caminho caríssimos leitores, muito pelo contrário, a vida é uma prévia da eternidade. Nada termina aqui, tudo, repito, tudo, começa aqui para ter seguimento lá do outro lado, sim, existe um outro lado.

Os ponteiros do relógio não param, todavia, lá, do outro lado, não haverá mais necessidade de medir o tempo, nem nada do que nos prendem a esses cruéis ponteiros, se, porventura houver alguma coisa parecida com o que temos aqui como contagem de tempo, certamente que deverá de ser algo espetacular, não essa tirania do relógio que o tempo nos impõe. Do outro lado figura a eternidade, enquanto aqui, somos apenas momentos.

As vezes fico pensando a respeito da eternidade, de como será estar em um lugar onde o tempo não existe… é difícil de imaginar isso, uma vez que vivemos acorrentados ao tempo, vivendo, comendo, bebendo, dormindo e acordando em função dele.

Nossa amiga, "Léo", ( Leonara ) tomo a liberdade de chamá-la assim, partiu desse mundo de horrores para o paraíso celestial, em nosso peito ficou um buraco gigantesco, desses que nada pode preencher, desses que só o 'tempo', poderá curar a dor. Eu sei, creio e acredito que a Léo nesse momento esteja em um lugar bem melhor do que este em que vivemos. Lá não tem doenças, pandemia, vírus, isolamento social, nada disso.

Não mais vivemos, na verdade, sobrevivermos neste mundo tenebroso.

Os ponteiros do relógio não param… eles movem o nosso mundo ao infinito.

Descanse em paz querida amiga, saudades sim, tristeza não.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 13/09/2020
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