BICHO BÃO É MULHER !...

Raimundo Macaco ("Seu" Ré, para os íntimos), velho fazendeiro de Coluna, interior mineiro e terra do meu amigo Sadi, um dos mais antigos

frequentadores do "Bar do Espirro", na Cachoeirinha, era um desses tipos

de homem danado por mulher!...

Em Coluna contam-se nos botecos muitos casos protagonizados por ele,

sempre envolvendo mulheres, um tema constante na vida do rico fazendei-

ro. Dizem, por exemplo, que ele frequentava a "Senzala", a zona boêmia

de Coluna, apesar de velho e gagá. Chegava e ficava bispando as meninas,

cochichando com uma, encompridando os olhos pra cima de outra, coisa tí-

pica de macho.

"- Ah, "Seu" Ré, pára com isso!" - reclamava uma delas. "- O senhor não

aguenta mais nada não, tá aí com essa muxiba dependurada!..."

E ele, não se dando por achado de jeito nenhum:- "- Cê tá boba, das

Dores? Biscoito cresce é no forno!..."

Num sábado de muita boemia, ele saiu do quarto de uma negrinha fo-

gosa, novata na zona e perguntou:- "- Maria Aparecida, quanto lhe devo?" - E a rapariga:- "- Dez mil reis, "Seu" Ré!..."

"- Pois toma cinco, que você aproveitou também, né?"

Certa feita passou pela fazenda um jovem médico a consultar os em-

pregados, os peões da roça, a cambada em geral. Após o mutirão da

saúde, o médico tomava um lauto café na sede, em companhia do "Seu"

Ré e familiares. Proseando muito ele se vira meio que sério para o fazen-

deiro e lascou:-

"- Olha "Seu" Ré, o senhor tem que tomar cuidado, sabe? Bebe de-

mais, come demais, pode acabar tendo um derrame!..."

"- Que diabo é isso, doutor?" - indagou o velho.

"- O senhor pode ficar paralítico do lado esquerdo do corpo!..."

Ato contínuo, de pé na frente do doutor, "Seu" Ré meteu a mão no bolso e passou o pinto pro lado direito da calça!

Certa ocasião, ele já muito mal. nas últimas, estava internado no hos-

pital de Coluna e mandaram chamar o padre para a extrema unção.

Foi quando adentrou o quarto uma bela enfermeira, louraça do trazeiro

grande, arrumando as coisas meio abaixada e de costas para o velho mo-

ribundo, balançando os quadris sensualmente.

"- Aristeu, meu filho, venha cá!", gemeu, rouco e sofrido o fazendeiro.

"- O que foi, meu pai?" ´encostando a orelha na boca do pai:-

"- Vai lá e passa a mão na bunda dela pra mim !..." - foram as suas

derradeiras palavras!...

-o-o-o-o-o-

B.Hte., 13/09/20

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 13/09/2020
Código do texto: T7062371
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.