O ABISMO DA ALMA E O PRESENTE QUE CURA

Na última semana, no dia 10 de setembro, comemoramos o dia mundial de prevenção ao suicídio. Esse é um assunto que em muitos meios sociais ainda é evitado, pois a compreensão sobre tal ainda pode ser obscura. A verdade é que a vida é o bem mais precioso que existe em todo o universo. E sabe de uma, a pessoa que se encontra enferma da alma, ou com traços depressivos, não assimila o que realmente eu acabei de afirmar na frase anterior. Aquele que não compreende o valor e a beleza da vida deve imediatamente prestar mais atenção em si ou naqueles que revelam tal ideia de desprestígio sobre a existência humana. É um exercício cuidadoso de carinho e atenção para podermos perceber se há algo estranho ou familiar sobre a negação de si e do mundo a volta. A pessoa em sã consciência deve ter verdadeiramente o prazer em viver. O psiquiatra e escritor, Augusto Cury, nos instrui que “contemplar o belo é fazer das pequenas coisas um espetáculo aos nossos olhos”.

Quando alguém expressa absoluta má vontade perante os acontecimentos vitais, esse pode ter sido acometido de total esgotamento ou da tão falada depressão. E um tratamento profissional adequado é urgente. Pois em geral somos “doutores” em tratar feridas na pele, em palpitar sobre diversos assuntos. Mas quando se trata de “dores da alma” somos em grande parte analfabetos funcionais, pois o que não se vê nos parece que não existe. E aí é o equívoco fulcral de muitos de nós! Pois a mente, a alma do indivíduo pode se encontrar em um abismo profundo e, desse modo será imperativa uma mudança total de vida para fazê-lo voltar à tona, voltar a si e, então poder enxergar o mundo com novos olhos, com olhar de vida. Para Carl Jung, médico suíço, “sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda”. Por isso o assunto deve ser tratado com muito zelo e crédito para podermos adotar as providências necessárias em auxílio a quem esteja vivenciando situações semelhantes.

Por vezes pessoas em absoluta prostração acreditam piamente que somente o que passou é que foi bom! Então perde tempo em remoer pensamentos com nostalgia de que tudo era melhor antes, que agora é muito diferente. Pode ser também que estejam tão ansiosas com acontecimentos futuros que por ventura nem chegarão a acontecer. Ocorre que desse modo não conseguem viver e valorizar o que está acontecendo neste exato momento em sua vida. Se permanecermos obsessivamente a lembrar do passado e apetecidos de forma incisiva com o que há por vir, de certo que o presente se esvairá como areia entre os dedos. Sem dúvida estamos diante da fagulha do esgotamento total. E infelizmente pode ser o início da enfermidade da alma que pode levar a pensamentos suicidas.

Para o escritor e cineasta francês, Marcel Pagno “a razão pela qual algumas pessoas acham tão difícil serem felizes é porque estão sempre a julgar o passado melhor do que foi, o presente pior do que é, e o futuro melhor do que será”. A felicidade se encontra na ideia de se fazer da vida atual o melhor momento de todos! Então estejamos atentos a nós e aos que convivem conosco para que saibamos agir de maneira proativa e fazer da nossa e da vida dos nossos um presente de alegria. E é assim também que nos demonstra o filósofo grego Epicuro, “as pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo”.

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 13/09/2020
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