B I L H E T E S
Antigamente os bilhetes eram uma forma de comunicação entre os na-
morados, por exemplo. "- Posso falar com você? Sou seu fã. Sim ou não?"
Tivemos até um Presidente da República famoso, Jânio Quadros, que era
dado à essa prática, usando e abusando dos bilhetinhos aos seus ministros.
Até na sua renúncia foi usado um bilhete ao Congresso:- "Ao Congresso
Nacional, nesta data e por este instrumento, deixando com o Ministro da
Justiça as razões do meu ato, renuncio ao mandato de Presidente da República. Brasília, 25 de agosto de 1961. a)- JÂNIO QUADROS".
Como Governador do Estado de São Paulo também usou bilhetinhos, co-
mo por exemplo a um secretário de governo sobre o Juiz de Paz Abiá, que
só fazia seu cartório funcionar uma hora por semana:- "- Sr. Secretário:-
1) Demitir; 2) O homem não é do trabalho, mas de paz mesmo.- Janio
Quadros."
Ou esse outro, enviado ao Prefeito de Itanhaém que lhe presenteou com um filhote de onça, dizendo ser o bicho meigo, mansinho e amigo,
apesar de "onça". "- Prefeito, muito grato pelo bicho. Vou estudar os pu-
los que dá!" - E assim por diante.
Também gosto de bilhetes, como o deixado por mim hoje cedinho, quando fui levar meu filho Daniel ao trabalho (ele bateu seu carro):-
"- Meu amor querido, devo voltar para o nosso café matutino. Espere-me. Muitos beijos do seu, BETO." (para Maria Mari, que dormia).
Meus filhos Cassio, Ana Claudia, Daniel e meus netos também tem a
mania:- Igor (o mais velho), Isabela, Victor, Guilherme e Tomás. Ana
Claudia (a "Princesa"), deixou-me um bilhetinho que trago até hoje na
minha carteira:- "Pai, te amo muito. Acredite sempre nisso!..."
Mas o bilhete mais original que já vi foi deixado pela namorada de um
amigo meu espetado na antena do seu carro, ela que se perdeu dele no
"Mineirão" em dia de clássico:- "- Fernando, cansei de procurá-lo. Vou
embora, estou cansada! Beijos, viu?..."
-o-o-o-o-o-
B.Hte., 13/09/20