AO DARTAGNAN. SOBRE CRISTO E SEU COMENTÁRIO.

Nada melhor do que estar aqui para trocar ideias. Nenhuma interferência sua, mas um prazer. Essa minha motivação que me alegra.Você está cheio de razões. O Evangelho de Lucas, o último foi escrito 70 anos após a crucificação. Muitas passagens dos evangelistas se contradizem, mas não desfiguram a história em sua oralidade, e assim trazida. Continua e continuará sempre a busca para mais luz sobre esse único personagem que como homem nada escreveu e deixou o mundo cultivando sua oralidade ainda que com hiatos historiográficos como por você apontado.

Voltemos os olhos para sua "Vida Pública"; somente três anos. O que se sabe de Cristo com profundidade? Quase nada, e sua Grandeza está nisso. Ficou mesmo com esse rastro marcado por reportagens evangélicas contraditórias, e só. Um fato histórico formidável. E deixo com você uma das primeiras indagações que faço em meu livro:

"Quem foi Jesus Cristo, o personagem sobre quem mais se escreveu? Morreu por ser um sublevador? Por se dizer Rei dos Judeus e assim ser crucificado, sob deboche, com a placa sobre sua cabeça, INRI, indicativa de Iesus Nazarenus Rex Iudeorum (Jesus de Nazaré Rei dos Judeus) ou foi o Santo que dividiu as épocas antes e depois de sua chegada pelo calendário que atravessa as nações civilizadas, o Gregoriano, ou ainda a afronta do credo judeu nas sinagogas de então, pregada a nova aliança, repelidas suas prédicas (sermões) invejosamente por Caifás, que o levou ao maior julgamento dos tribunais de todos os tempos, terminado no flagelo do Gólgota, tentado evitar por todos os meios por Pôncio Pilatos, elegendo em Cristo um justo? Nesse marco da crucificação de um justo, foi antecipada toda a doutrinação épica da justiça, fortalecendo-se pela ordem natural a primeira e única crença na feitura de Justiça, no encontro da verdade com o paradoxo, por ser sentenciado à morte o maior paradigma da justiça em toda sua concepção máxima. O julgador, angustiado por ter que lavrar a sentença àquele que os céus o faziam perceber que seria levado à história triste e sangrenta por sua decisão, prestava jurisdição clamando por ser um justo o réu, réu de nenhum crime, vitima do egoísmo e da inveja, surda aos seus reclamos de julgador a turba judia."

É isto Dartagnan, um HOMEM DIFERENTE, O FILHO DE DEUS, na minha convicção. Temos que desvendá-lo cada vez mais.

Assim fez Publius Lentulus, O desvendando para Tibério em carta comovente:

“Carta do Senador Públio Lentulus ao Imperador Tibério Cézar, descrevendo as características morais e físicas de Jesus.

“Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existindo nos nossos tempos um homem,o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do céu e da terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado; em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra: é um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto, e há tanta majestade no rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou temê-lo. Tem os cabelos da cor amêndoa bem madura, são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes.

Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso nos nazarenos, o seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno, nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face, de uma cor moderada; o nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, mas separada pelo meio, seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros, o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza, faz chorar; faz-se amar e é alegre com gravidade.

Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos; na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo, jamais, visto por estas partes uma mulher tão bela, porém, se a majestade tua, ó Cézar, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível. De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o têm como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de Tua Majestade; eu sou grandemente molestado por estes malignos hebreus.

Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que O conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém à tua obediência estou prontíssimo, aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido. Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo… Públio Lentulus, presidente da Judéia Lindizione setima, luna seconda.”

(Este documento foi encontrado no arquivo do Duque de Cesadini, em Roma. Essa carta, onde se faz o retrato físico e moral de Jesus, foi mandada de Jerusalém ao imperador Tibério César, em Roma, ao tempo de Jesus.). É o que nos resta e já é muito, seguir suas pegadas para compreender e tentar entender cada vez mais essa magia de ser exclusivamente amor, angustiante para nós em nossas fragilidades. Abraço

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 11/09/2020
Reeditado em 12/09/2020
Código do texto: T7060945
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.