A FÉ, QUE DURA!...

Calçadão da praia de Copacabana, Rio de Janeiro, verão carioca de 1998. O sol ainda derramava seus raios fúlgidos com generosidade por toda a or-

la marítima. Grupos de jovens curtiam o momento, jogando voley, peteca,

fazendo ginástica ou simplesmente correndo na areia branca e macia da

praia mais famosa da cidade maravilhosa.

No calçadão de pedra portuguesa em branco e preto, caminhava na maior

pachorra um velho padre à moda antiga, naquela batina negra e toda abo-

toada, o peito carregado de medalhas e, dependurado até a barriga, um

enorme crucifixo.

Portava uma pequena mala, o santo homem, prosseguindo devagar, mas

determinado e sempre.

À sua frente duas moçoilas andavam juntas, num animado bate-papo,

rebolando cada qual no seu minúsculo biquíni, exibindo belas formas, os

corpos tostados, gozando de toda a saúde que Deus lhes deu.

Foi quando passou correndo ao seu lado um carioca, desses gozadores,

suado de tanta malhação. Aproximou-se do padre, bateu-lhe no ombro

de leve e lascou:-

"- Reverendo, com todo o respeito, quando o senhor vê um material

desses aí não sente nada não?" ...

E o padre, calmamente, como se já esperasse a provocação:-

"- Ah, meu filho, se a minha batina fosse de bronze era uma badalada

que você nem imagina!!!..."

-o-o-o-o-o-

B. Hte., 09/09/20

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 09/09/2020
Código do texto: T7058729
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