Independência ou morte
Ontem foi comemorado os 198 anos da Proclamação da Independência do Brasil. Na escola nos ensinado que essa data é muito importante. É como se tivéssemos nos tornado o País das Maravilhas, o que explicaria porque parecemos tanto Alice, perdidos e facilmente manipuláveis. No entanto, se analisarmos os fatos verdadeiramente a independência não se deu da forma tão poética como retratado naquele quadro que mostra D. Pedro I, montado no cavalo branco, as margens plácidas do rio Ipiranga.
Contudo, não é sobre propriamente isso que pretendo escrever. Quero focar mais na independência que realmente importa e é mais palpável: a minha, a sua, a nossa. Celebramos essa independência. Tem uma série de coisas que almejamos na vida: uma profissão que nos realize pessoal e financeiramente, um amor para vida toda, uma vida confortável, uma família estável, viagens inesquecíveis e descobertas essenciais.
Você pode almejar muito mais que isso, assim como as minhas aspirações não se limitam ao que citei. No entanto, há algo que todos almejamos, mas que tudo: a própria independência. Não no sentido egoísta da palavra, como se não precisamos de ninguém – claro que precisamos, é intrínseco ser social, mas não ser completamente dependente de alguém ou algo. Poder ser quem se quer ser.
Há muitas formas de se conseguir essa independência. Se você almeja independência profissional, invista em ter seu próprio negócio, dominando um ofício e sendo excelente. Quer ter uma vida confortável, trabalhe para isso. Uma família estável? Invista em afetividade. Agora, independência no amor é mais difícil, na paixão nem se fala. Quando estamos apaixonados somos dependentes de telefonemas, declarações, atenção. Com o amor é difícil, mas a independência vem com o tempo, ao entendermos que cada um precisa do seu canto.
Obviamente não estou dando uma receita de ser o suficiente. Quem sou eu para fazer isso? Sou muito independente para tantas coisas e completamente dependente em outras. Isso é equilíbrio. Sempre há algo para se emancipar e crescer. Tem gente que abre mão de sua emancipação apenas por comodismo. Falam que é o jeito, quando tudo é uma questão de escolha. Ir sozinho ao cinema, viajar, dirigir, pagar as próprias contas, aprender a cozinhar, curtir a própria companhia, tomar as próprias decisões. Não precisar dos outros, mas contar com os outros para o que realmente importa: sentimentos, laços, risadas.
Se você ainda não está nesse patamar, não se desespere. Cada um de nós tem o seu tempo. Eu também não cheguei lá, mas estou na direção certa. Sugiro que suba no seu cavalo imaginário, inspire o ar da mudança e dê seu grito de independência no Ipiranga. Faça ser poético. Ficar amarado a vida antiga, atrelada a vida alheia, é viver cada vez menos. Desculpe se minhas palavras o incomodam. Quer saber? Não me desculpe. Incomode-se, sim. Você precisa sentir isso. Dependência é morte.
Quanto ao nosso país, eu espero que consigamos alcançar nossa real independência: ser livre da ignorância, dos extremismos, dos preconceitos. Temos muito potencial como nação. Almejo o dia em que nos livraremos de nossas amarras. Daremos o nosso grito no Ipiranga e esse sim valerá cada comemoração.