Cavalos Selvagens em Arquivos Lotados

O tempo passa rápido...

Rápido demais...

Eu corro, corro, mas, não consigo chegar a lugar nenhum!

Sinto como se a vida estivesse passando por mim e eu, fosse minha própria expectadora!

Cavalos Selvagens não permanecem,

Não são adeptos a multidões...

É um momento de reflexão

Momento de "digerir" o passado que teima em se apossar do meu Presente

Momento de deletar o supérfluo, salvar e zipar o essencial,

A memória está lotada.

Se eu não fizer uma limpeza agora, não conseguirei absorver mais nada!

Tudo se transforma.

Correm livres no bater das ondas,

Na imponente elegância do seu trote,

Preciso entender questões sem resposta,

Assimilar as perdas inevitáveis, chorar, pelos sentimentos eternos e arquivá-los para sempre!

Transformar conceitos e valores, encontrar novas motivações, determinar outras expectativas!

Concreto ou abstrato?

Sempre em Pares

observam juntos o horizonte

De repente, descubro a existência de um outro ser dentro de mim,

Uma nova faceta que preciso conhecer,

Eu mesma, sem minhas raízes, minhas pessoas, minha família...

Solidão. Eu, só.

Olhando na mesma direção.

Os cavalos selvagens se postam ao lado do tronco centenário.

Sem estratégias, sem expectativas, ôco.

Ao vislumbrar um novo Horizonte, uma névoa cinzenta se coloca em minha retina...Não existem mais emoções, surpresas, Adrenalina.

É tudo: Nada.

Os cavalos relincham. Eu, paro e penso.

Procurando encontrar a resposta dos cinco Ws.

Mas, de que adianta se não encontro a resposta sequer para o H?

Os cavalos selvagens continuam trotando,

Mas os arquivos ainda estão lotados.

Preciso deletar.

Mas, tenho medo de deletar a mim mesma.

Eu sou os arquivos. Se eu me formatar, em que me transformarei?

Preciso da resposta para o H.

HOW?

(Texto escrito em 2005 e editado em 2020)

Fernanda Fernandes Mesquita
Enviado por Fernanda Fernandes Mesquita em 08/09/2020
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