OS DEFECHOS DO FUTURO NO BRASIL
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Rio de Janeiro, Segunda-feira, 7 de setembro de 2020
Há cinquenta e cinco anos atrás, aproximadamente, ainda um guri, um teen como se diz hoje, nos meus treze e poucos anos, morando no bairro de Anchieta, que pertencia naquele tempo ao antigo Estado da Guanabara, e era limítrofe com o também antigo Estado do Rio de Janeiro, aluno do ginasial, num dia como o de hoje, 7 de Setembro, ia participar do desfile escolar pela Escola São Luiz Gonzaga. E isso era uma coisa quase sagrada para todos os alunos daquela época.
Nos dias anteriores ao feriado e o desfile, todos ensaiávamos. E era uma verdadeira festa. A alegria tomava conta de todos em participar de tão importante efeméride. Então, caprichávamos em tudo. Desde o uniforme, os sapatos, também a arrumação no cabelo. Tudo tinha que estar tinindo.
Vinham outras escolas de bairros adjacentes. Também participavam alguns grupos militares. E havia também as bandas, que tocavam os dobrados, os hinos diversos para auxiliar na marcha dos desfiles de todos ali. O bairro ficava em festa e as ruas muito animadas. Isso era repetido todos os anos daqueles tempos.
Isso era um fato importante porque ufanava a quase todos. Nos desfiles estava a representação de uma nação. A seriedade, a ordem, bem como o futuro da juventude, que via ali um exemplo da cidadania a ser seguida. Isso foi de meado para o final da década de sessenta do Século XX. Mas, infelizmente, tudo mudou.
Após o período dos governos militares, com a chamada abertura política em 1985, grupos políticos tomaram conta de tudo. Esses se diziam de esquerda. Daí que quebraram a harmonia que havia até então. Uma de suas marcas mais profundas foi a vulgaridade. E isso ainda está entre nós até os dias atuais.
Grande parte daqueles que hoje estão na faixa etária da terceira idade, podem muito bem confirmar que o país era muito melhor do que é hoje. Salvo aqueles participantes de algazarras, bagunças, desrespeitos e estripulias. Também os simpáticos ao vício de entorpecentes e pouca vergonha. E parece que eles venceram. O Brasil, hoje, está entregue ao crime, à desordem e quase que à desobediência civil.
As famílias desestruturadas, a educação num plano muito inferior ao de outrora; a saúde e a segurança pública, todos sabemos como andam mal. E o povo nem dá a mínima para seus sofrimentos diários. Político hoje em dia é sinônimo de criminoso. E muitos agentes públicos são e estão comprometidos com o que há de pior em matéria de safadeza.
Num futuro breve alcançaremos mais uma eleição no país. Esta no plano municipal. E sendo uma grande oportunidade de promover uma profunda mudança nesse âmbito, é de se esperar que o povão saiba escolher em quem votar, eliminando aqueles mesmos de sempre.
Mas, como das vezes anteriores, deve prevalecer o aspecto utópico nesses resultados. Serão eleitos os piores candidatos. Aqueles que mentem, falseiam, inventam, investem nas compras de votos e mais uns outros recursos que aplicam no povo brasileiro. Mas dizem que "a esperança é a última que morre". Daí que torçamos para que os opositores dessa teoria, os que dizem "quem vive de esperança, morre de fome", não saiam, mais uma vez, vencedores dessas propagandas. É esperar para ver tal desfecho.