A MORTE DESCONHECIDA.

Cansado por não descobrir a razão da violência de todas as formas, pelo desamor, um homem isolou-se em seu silêncio. Nada mais indagaria, nem aos livros, nem aos sábios. Cansou....Nada nunca resolveu uma coisa simples, nem resolveria, constatou.....

Nada era respeitado, havia uma morte não conhecida. Vivos que se pensavam vivos estavam mortos.

A tudo se respondia com uma única certeza; falta amor entre os homens, ninguém reconhece que todos devem ter o mesmo respeito por todos, não serem de alguma forma, entre muitíssimas, desrespeitados.

Se organizaram, assim dito e surgida a sociedade, para se harmonizarem. Mas a organização, parece, serviu para desorganizar, desarmonizar. E criaram o que chamaram de lei para ajustar as liberdades e serem observadas, mas deu-se o contrário e, mesmo aqueles que as leis fariam, foram os primeiros a violá-las.

A melhora não tinha expressão, carregava pouco ou nenhum significado passado tanto tempo da dita “organização”.

Quando inexistia a “organização” com o nome de sociedade, havia alimento ofertado a todos pela natureza, ela respirava sem os gases que foram inventados por “meios de transporte” acumulando em desordem as pessoas nas ditas “cidades” onde a disputa por espaço, que não existia antes, gerou cobiça, violência e toda sorte de desordem.

Um grande mal foi inventado para troca do que antes era distribuido pela natureza, sem custos, em sua oferta, um objeto chamado moeda que mais tarde virou para uns riqueza por seu acúmulo e para outros pobreza e miséria por falta da mesma.

Muitos ficaram com muito e poucos com nada ou quase nada, sempre em contrariedade ao que chamaram de lei. Alguns loucos que perderam a consciência, embotados, buscando sempre favorecimento próprio pelo mal chamado egoísmo, chamados ditadores, inventaram que tirando o que havia de melhor para o homem, sua liberdade, seria controlada a pretendida organização, e isto poderia trazer a tal harmonia sonhada.

Pura insanidade logo verificada, a mentira maior, logo que liberdade era tudo, até mais que a própria vida, pois vida sem liberdade não é vida.

Outros deixaram que a tal moeda virasse uma doença para acumular coisas das quais não precisavam, assim muitas coisas deixaram de ficar nas mãos de quem precisava das mesmas para ficarem sem uso nas mãos de quem as acumulava.

Essa desordem cresceu, gerou guerras, rupturas, mortes desnecessárias, e nada se conseguiu para que ordem e organização existissem. A desordem é cada vez maior e a tudo todos assistem em silêncio sepulcral diante da ordem nunca chegar. O silêncio seria a melhor ordem face a tanta desordem.

Muitos se retiraram para o isolamento, de alguma forma, descrentes de que alguma razão resolveria essa desarmonia, a desordem, a morte desconhecida que parece vida.

Parece que só os que se retiraram encontraram paz.

Celso Panza

Enviado por Celso Panza em 07/01/2011

Copyright © 2011. Direitos reservados.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 07/09/2020
Reeditado em 07/09/2020
Código do texto: T7057072
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.